Donald Trump afirmou nesta segunda-feira (7) que os Estados Unidos vão aplicar uma tarifa adicional contra China de 50%, caso o governo chinês não cancele a alta de 34% nas tarifas retaliatórias anunciadas na última sexta-feira (4). A decisão é mais um capítulo da guerra comercial EUA-China, que segue afetando economias no mundo todo.
O anúncio inclui ainda a suspensão de todas as reuniões com autoridades chinesas. Segundo Trump, a medida é necessária diante dos “abusos comerciais prolongados” cometidos por Pequim. Ele estipulou o prazo até 8 de abril para a retirada das tarifas chinesas, ou os novos tributos americanos entram em vigor no dia seguinte.
Tarifa adicional contra China amplia política protecionista dos EUA
A nova tarifa adicional contra China amplia a postura protecionista adotada por Trump desde seu retorno à Casa Branca. A proposta complementa outras medidas já adotadas, como a tarifa universal de 10% sobre produtos importados. Isso evidencia uma tentativa de reequilibrar o déficit comercial norte-americano.
Além disso, o governo americano anunciou que dará prioridade a acordos bilaterais com países que não aplicaram retaliação comercial. Ou seja, a pressão sobre os parceiros comerciais está aumentando e tende a se estender nos próximos meses.
Retaliação comercial entre EUA e China pressiona mercados globais
A reação dos mercados foi imediata. A intensificação da guerra comercial EUA-China gerou fortes quedas em bolsas da Ásia, como Hong Kong (-13%) e Tóquio (-7,8%). Enquanto isso, nos Estados Unidos, a bolsa de valores acumulou perdas de mais de US$ 6 trilhões em valor de mercado.
Esse cenário mostra como a tarifa adicional contra China e medidas similares afetam diretamente o mercado financeiro global. Além disso, influenciam a taxa de câmbio, os investimentos estrangeiros e até mesmo as exportações brasileiras, que enfrentam mais obstáculos em negociações internacionais.
Guerra comercial EUA-China pode se prolongar
De acordo com o secretário do Tesouro dos EUA, as novas tarifas podem permanecer por meses. Enquanto isso, mais de 50 países já buscaram diálogo com Washington para evitar sanções. Alguns, como Bangladesh, pediram a suspensão temporária das tarifas. Por outro lado, o Japão e a União Europeia buscam alternativas através de negociações.
Esse movimento evidencia como o aumento da tarifa adicional contra China impacta cadeias produtivas e forças geopolíticas, exigindo articulação diplomática e comercial.
Trump nega impacto inflacionário da tarifa adicional contra China
Mesmo diante das críticas, Trump nega que a política tarifária aumente a inflação. Pelo contrário, ele pressiona o Federal Reserve a reduzir as taxas de juros como parte de uma nova política monetária. Segundo ele, as medidas são necessárias para proteger o país de práticas comerciais desleais.
A defesa de Trump é clara: a tarifa adicional contra China é parte de uma estratégia para fortalecer a economia dos Estados Unidos. “Às vezes, é preciso tomar decisões difíceis”, disse, reforçando que a resposta americana será proporcional e prolongada.