O aumento no custo da cesta básica foi registrado em 14 das 17 capitais analisadas pelo Dieese no mês de março. A pesquisa revela que a inflação dos alimentos essenciais impactou diretamente o orçamento das famílias brasileiras, especialmente nas capitais do Sul do país.
Aumento no custo da cesta básica é maior no Sul
As maiores altas ocorreram em Curitiba (3,61%), Florianópolis (3%) e Porto Alegre (2,85%). O aumento no custo da cesta básica nessas cidades foi impulsionado por produtos como café, tomate e leite integral — itens que ficaram mais caros em praticamente todas as capitais.
Por outro lado, o quilo da carne bovina de primeira teve queda em 15 capitais. Apenas João Pessoa e Recife registraram alta no item. Esses dados reforçam a necessidade de atenção à inflação alimentar, que pressiona o poder de compra.
Capitais do Nordeste registram queda, apesar do aumento nacional
Aracaju, Natal e João Pessoa apresentaram redução no valor da cesta básica. As quedas foram de -1,89%, -1,87% e -1,19%, respectivamente. Por outro lado, esses resultados revelam como as variações regionais influenciam o custo de vida.
Além disso, essas capitais apresentam composição diferente na cesta, com alimentos locais mais acessíveis. Isso contribui para uma menor pressão no orçamento das famílias do Nordeste.
Aumento no custo da cesta básica pressiona orçamento familiar
Em São Paulo, o custo médio da cesta básica chegou a R$ 880,72, o mais alto do país. Logo depois, aparecem Rio de Janeiro, Florianópolis e Porto Alegre, com valores superiores a R$ 790. Já os menores custos foram observados em Aracaju, João Pessoa e Salvador, com valores abaixo de R$ 640.
Portanto, o aumento no custo da cesta básica amplia as desigualdades regionais e compromete o equilíbrio da economia doméstica.
Diferenças regionais e composição da cesta influenciam valores
Os hábitos alimentares, a logística de abastecimento e a produção local explicam parte das diferenças nos preços. Por isso, nas regiões Norte e Nordeste, o consumo de produtos locais e sazonais contribui para valores médios da cesta básica mais baixos.
Esse contraste reforça como a variação de preços nos alimentos impacta de maneira desigual o dia a dia do consumidor brasileiro.
Salário mínimo atual não acompanha o aumento no custo da cesta básica
Além disso, a disparidade entre o salário e os preços revela um cenário preocupante para os indicadores econômicos. O avanço do índice de preços ao consumidor nos alimentos reforça a necessidade de monitoramento contínuo do custo da cesta básica.
Portanto, com base nesses dados, o Dieese estimou que o salário mínimo ideal em março deveria ser de R$ 7.398,94. Esse valor equivale a 4,87 vezes o salário mínimo atual de R$ 1.518,00, indicando uma perda significativa do poder de compra da população.