A Senacon encerrou negociações com o Hurb após mais de um ano de tentativas para firmar um acordo de reembolso com consumidores prejudicados pelo cancelamento de viagem em massa. O caso reacende o processo administrativo que investiga possíveis falhas na política de reembolso da empresa de turismo.
O acordo negociado contemplaria todos os clientes que adquiriram pacotes entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de maio de 2023, mas que não conseguiram viajar. Agora, o foco se volta à responsabilidade das empresas em reembolsos, e à legislação de reembolso no Brasil, com atenção redobrada para os direitos do consumidor.
Senacon reembolso Hurb: empresa terá que prestar contas
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) determinou que o Hurb apresente, em até cinco dias corridos, dados detalhados sobre sua situação financeira. Além disso, a empresa deverá informar o número de contratos pendentes, o valor total a ser devolvido aos clientes e a lista dos consumidores afetados.
Se as exigências não forem cumpridas, haverá multa diária de R$ 80 mil. A medida também pode gerar outras sanções, com base na legislação de reembolso no Brasil, intensificando as disputas financeiras entre consumidores e empresas.
Modelo de pacotes flexíveis levou à crise
O Hurb, antigo Hotel Urbano, cresceu no mercado oferecendo pacotes promocionais de viagem com datas flexíveis. Mas com o aumento das tarifas aéreas e de hospedagem, o modelo tornou-se inviável. Isso gerou quebra de contrato, compensação financeira e uma avalanche de reclamações.
Com o colapso do sistema, hotéis parceiros passaram a recusar reservas feitas pela plataforma por falta de pagamento. Como consequência, a crise resultou na saída do CEO e, além disso, gerou incertezas sobre os investimentos em empresas de turismo que operam com modelos semelhantes.
Investidores e consumidores monitoram desdobramentos
Situações como essa exigem atenção tanto de quem compra viagens quanto de quem investe no setor. Nesse contexto, o caso Hurb mostra o impacto financeiro de decisões de órgãos reguladores, como a Senacon, sobre empresas que ignoram os direitos do consumidor. Além disso, o episódio reforça a importância de analisar a política de reembolso antes de contratar serviços em empresas de turismo e reembolso.