A desvalorização do peso argentino foi de 11,32% frente ao dólar após a flexibilização do controle cambial na Argentina, anunciada nesta segunda-feira (14.abr.2025). A nova medida entrou em vigor logo após o país firmar um novo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que resultará em um empréstimo de 20 bilhões de dólares. A cotação do dólar na Argentina subiu e fechou o dia em 1.233,36 pesos, uma das maiores quedas da moeda em um único dia no mercado cambial argentino nos últimos anos.
A decisão do governo Javier Milei representa uma mudança importante no regime de câmbio, adotando um modelo de câmbio flutuante na Argentina, com possibilidade de atuação dentro de bandas cambiais para evitar oscilações excessivas. A medida responde às exigências do FMI para a liberação dos recursos e marca mais uma etapa do plano de reestruturação econômica do país.
Crise, inflação e incerteza: os desafios do novo câmbio
A desvalorização do peso argentino intensifica os efeitos da crise econômica na Argentina, agravando o custo de vida e afetando o poder de compra da população. A inflação na Argentina, que já era uma das mais altas da América Latina, tende a se acelerar com o aumento do preço das importações argentinas, enquanto as exportações argentinas podem ganhar competitividade com o câmbio desvalorizado.
Para o governo, a medida também visa aliviar a pressão sobre as reservas internacionais da Argentina, que vêm sendo reduzidas ao longo dos últimos meses. A expectativa é que o novo fluxo de dólares, aliado a reformas estruturais e ajustes nas políticas monetárias argentinas, traga mais previsibilidade ao mercado.
No entanto, a mudança ainda gera incertezas entre empresários e investidores. Muitos se perguntam se este será um passo eficaz para recuperar a confiança internacional e estimular investimentos na Argentina, especialmente em um momento de volatilidade cambial.
Veja no vídeo abaixo mais detalhes sobre a desvalorização do peso argentino:
O peso argentino hoje: instabilidade permanece
O impacto no curto prazo já é sentido por quem acompanha o peso argentino hoje. A moeda está instável, e o cenário sugere mais oscilações nos próximos dias. Empresas que atuam com comércio exterior precisam reavaliar contratos, enquanto consumidores enfrentam preços mais altos em produtos importados.
Com o fim do controle rígido sobre o câmbio, especialistas reforçam que o sucesso da nova política dependerá da capacidade do governo argentino de cumprir as metas acordadas com o FMI e garantir maior transparência fiscal.
