Os controles de exportação da China sobre minerais críticos continuam afetando o mercado global. Antimônio, germânio e gálio, essenciais para defesa, tecnologia de ponta e energia limpa, estão com remessas reduzidas, mesmo diante da alta dos preços internacionais.
Desde 2023, Pequim impõe licenças de exportação obrigatórias para esses materiais, ampliando o domínio chinês sobre cadeias de suprimentos estratégicas. O processo é considerado pouco transparente, dificultando o acesso para países como Estados Unidos e membros da União Europeia.
Exportações da China em queda afetam cadeia global de suprimentos
Dados alfandegários recentes mostram queda expressiva nas exportações da China desses recursos. No primeiro trimestre, as exportações de antimônio recuaram 57% e as de germânio, 39%. A exportação de gálio em março foi a mais baixa desde outubro de 2023.
Antigos parceiros comerciais, como a Holanda, não recebem antimônio desde setembro. Pequenas remessas foram enviadas à Bélgica e à Alemanha. Isso levanta dúvidas sobre a concessão de novas licenças de exportação, especialmente com a inclusão recente de sete elementos de terras raras na lista de controle.
Veja mais detalhes sobre as exportações da China no vídeo abaixo:
Impactos na indústria global e escassez de recursos
O endurecimento das regras na China gerou escassez de recursos e pressões de custo para fabricantes estrangeiros, o que sustenta os preços internamente. A dependência estratégica de minerais críticos impacta setores como a indústria automotiva, o setor de defesa e o mercado de tecnologia de ponta.
As restrições também afetam o investimento em mineração fora da China e evidenciam a geopolítica dos recursos. Países importadores buscam alternativas para mitigar os riscos à cadeia de suprimentos, diante da crescente tensão da guerra comercial entre China e Estados Unidos.
O cenário reforça o papel da política industrial e a importância de políticas públicas voltadas à segurança de fornecimento. A queda das exportações chinesas pressiona o mercado global e destaca a relevância das terras raras na economia internacional.