A transformação no modelo de crédito imobiliário no Brasil foi destacada por Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, nesta terça-feira (23). Em audiência no Senado, ele alertou sobre a necessidade de substituir o atual funding imobiliário, ainda muito dependente da caderneta de poupança, cuja captação está em queda.
Segundo Galípolo, o setor de financiamento habitacional exige alternativas mais sustentáveis, como o uso do mercado de capitais, títulos imobiliários e instrumentos como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI). A mudança seria essencial para ampliar o acesso ao crédito e manter a saúde do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
Ele explicou que o dinamismo da economia, com inflação alta e pressão sobre os juros, afeta o modelo atual. A Selic, atualmente em 14,25% ao ano, limita o consumo e a concessão de crédito. Ao mesmo tempo, o Banco Central do Brasil avalia novas políticas que garantam previsibilidade ao mercado e estabilidade ao funding para imóveis.
Veja no vídeo abaixo mais mudanças no crédito imobiliário:
Novo modelo de crédito imobiliário e impactos no financiamento
Além da poupança, o FGTS no crédito imobiliário tem sido utilizado como fonte de financiamento. No entanto, Galípolo defende uma transição gradual para mecanismos como a securitização de créditos, ampliando o papel do investidor privado e a eficiência na originação de recursos.
A reformulação do sistema pode impactar diretamente a política habitacional e gerar novas oportunidades para quem aposta no investimento em imóveis. A proposta busca diversificar fontes, melhorar o acesso ao crédito e reduzir a dependência de recursos limitados como os depósitos compulsórios.
A expectativa é que, com o novo modelo, o setor ganhe mais previsibilidade e segurança jurídica, incentivando o crescimento sustentável do mercado imobiliário brasileiro.