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Shein no Brasil muda operação após novas regras de imposto

A Shein no Brasil está adaptando sua operação a um novo cenário tributário, com taxação sobre compras internacionais e novas tarifas dos EUA. A gigante da moda chinesa investe em um marketplace local e reduz a logística internacional para manter preços atrativos. Descubra como essas mudanças impactam o mercado de moda e as ações da Shein.
Interface do aplicativo e site da Shein no Brasil exibindo promoções e vestidos, ilustrando a atuação digital da marca no país.
O relatório do BTG também traça um panorama do setor de moda. (Foto: Divulgação)

Shein no Brasil está passando por uma reconfiguração estratégica para manter sua competitividade. Segundo relatório do banco BTG Pactual, duas mudanças no cenário tributário pressionam a gigante chinesa de moda a reformular seu modelo de negócios no país: a taxação sobre compras internacionais imposta pelo governo brasileiro desde agosto de 2023 e, agora, a nova tarifa aplicada pelos Estados Unidos a partir de maio de 2025.

Com o programa Remessa Conforme, o Brasil passou a taxar compras de até US$ 50 em 20%, somado ao ICMS de cada estado. Nos EUA, a taxação de 120% anunciada por Donald Trump anulou a isenção de importações de até US$ 800, afetando diretamente o modelo cross-border da empresa. O BTG aponta que a Shein está acelerando sua estrutura local como resposta a essas mudanças.

Shein no Brasil amplia base e investe em marketplace local

De acordo com os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima, a Shein no Brasil está reduzindo a participação da logística internacional em suas vendas e intensificando a operação nacional. A empresa tem investido na ampliação de seu marketplace local como forma de driblar tributos, reduzir prazos de entrega e se aproximar do varejo nacional.

O objetivo é criar uma estrutura híbrida que permita flexibilidade diante das exigências fiscais e, ao mesmo tempo, garanta preços competitivos. Essa mudança reforça a relevância estratégica do mercado brasileiro para os planos da companhia no médio e longo prazo.

Preços e competitividade da Shein no Brasil em alta

Nos EUA, os preços da Shein já subiram: uma cesta de 100 itens de beleza e saúde teve alta de 51%, segundo a Bloomberg; brinquedos e utensílios de cozinha subiram 30%; roupas femininas, 8%. Isso impacta diretamente a percepção de preço no Brasil.

Mesmo com a taxação brasileira, a Shein no Brasil segue competitiva. Em uma comparação com C&A, Renner e Riachuelo, os preços da marca chinesa foram 12% mais baixos que os da C&A, 7% mais baratos que os da Renner e 1% abaixo da Riachuelo.

Além disso, os produtos da Shein, que antes eram até 25% mais caros no Brasil do que nos EUA, agora estão 6% mais baratos em termos nominais — embora ainda 117% mais caros quando ajustados pela paridade de poder de compra.

Setor de moda enfrenta novos desafios globais

O relatório do BTG também traça um panorama do setor de moda. Entre 2019 e 2023, o crescimento foi impulsionado por alta na demanda e nos preços. Mas o futuro será mais desafiador. O banco destaca:

  • Queda de consumo entre famílias de alta renda;
  • Disputa intensa por preços nas classes média e baixa;
  • Fragmentação dos pedidos e coleções mais dinâmicas;
  • Impacto das mudanças climáticas na sazonalidade das vendas;
  • Variações cambiais afetando as margens.

Shein no Brasil, portanto, se reposiciona diante de um cenário global mais complexo. A aposta em estrutura local pode ser o diferencial que garantirá sua presença sólida e lucrativa no mercado brasileiro.

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