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Correios registram maior prejuízo dos últimos oito anos

Correios registram prejuízo de R$ 2,59 bilhões em 2024, com alta nos custos e queda nas receitas; estatal anuncia medidas para equilibrar contas.
Imagem da fachada do Correios para ilustrar uma matéria jornalística sobre o prejuízo dos Correios.
(Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O prejuízo dos Correios atingiu R$ 2,59 bilhões em 2024, conforme balanço financeiro divulgado nesta sexta-feira (9). O resultado representa um rombo quatro vezes maior que o registrado no ano anterior, quando a estatal acumulou perdas de R$ 633,5 milhões.

Esse foi o pior resultado da empresa desde 2016, ano em que os Correios também fecharam no vermelho com prejuízo de R$ 1,5 bilhão. Após um período de resultados positivos entre 2017 e 2021, a estatal voltou a acumular déficits a partir de 2022, sinalizando dificuldades crescentes para equilibrar as contas.

A receita líquida da empresa caiu 1,74% em 2024, somando R$ 18,9 bilhões, enquanto os custos operacionais subiram 4,7%, alcançando R$ 15,9 bilhões. Com isso, o lucro bruto — diferença entre receitas e custos — ficou próximo de R$ 3 bilhões, uma queda anual de 26%.

Vídeo do canal SBT News no YouTube.

Quais fatores ampliaram o prejuízo dos Correios?

O aumento dos custos com pessoal foi um dos principais motivos para o prejuízo dos Correios em 2024. Os gastos com salários e benefícios chegaram a R$ 10,3 bilhões, um crescimento de R$ 770,7 milhões em relação a 2023. Esse aumento reflete o reajuste salarial linear de 3,53% concedido a todos os empregados, além de reajustes específicos que chegaram a 6,57% para parte dos trabalhadores.

Além dos salários, a estatal enfrentou maiores despesas com vale alimentação, refeição e plano de saúde. Só os custos com salários subiram R$ 504 milhões, enquanto os benefícios alimentícios aumentaram R$ 41 milhões e os adicionais de salário cresceram R$ 46 milhões no período.

Também pesaram nas contas as despesas gerais e administrativas, que somaram R$ 4,73 bilhões, além das despesas com vendas e serviços, que totalizaram R$ 1,88 bilhão. Ambos os custos apresentaram aumento em comparação ao ano anterior, contribuindo para ampliar o déficit.

Outro ponto de pressão foram os precatórios e as requisições de pequeno valor, que cresceram R$ 503 milhões em 2024. Esses pagamentos refletem obrigações judiciais, principalmente relacionadas a processos trabalhistas, que impactaram diretamente o resultado financeiro da estatal.

Perspectivas da estatal após o prejuízo

O prejuízo dos Correios também foi influenciado pelo resultado financeiro líquido, que ficou negativo em R$ 380 milhões. Esse valor representa uma reversão em relação ao saldo positivo de R$ 44 milhões obtido em 2023. A piora ocorreu devido à queda nas receitas financeiras e ao aumento das despesas com juros e atualização monetária de dívidas.

Além disso, os Correios perderam cerca de R$ 2,2 bilhões em receita no segmento internacional, afetados pelo Programa Remessa Conforme, também conhecido como “taxa das blusinhas”. O novo marco regulatório reduziu a exclusividade da estatal na entrega de encomendas importadas, diminuindo o volume de remessas processadas.

Mesmo diante do cenário negativo, os Correios anunciaram um plano de transformação com o objetivo de recuperar a saúde financeira. A estatal prevê uma economia de até R$ 1,5 bilhão em 2025 com medidas de redução de despesas, lançamento de um marketplace próprio e ampliação da participação no mercado internacional.

Os Correios também buscam captar R$ 3,8 bilhões em investimentos por meio de parceria com o New Development Bank (NDB). A empresa reforça seu papel como operador logístico nacional e aposta na modernização para superar os desafios e garantir sua sustentabilidade no futuro.

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