Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço das passagens aéreas caiu 14,15% em abril, o maior impacto individual de baixa no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A retração contribuiu com -0,09 ponto porcentual na inflação do mês, que encerrou abril com alta de 0,43%.
Além das passagens aéreas, os combustíveis também recuaram e ajudaram a reduzir o impacto inflacionário. O grupo Transportes, que havia subido 0,46% em março, apresentou queda de 0,38% no mês, um alívio importante para a economia doméstica.
Queda nos combustíveis também impacta IPCA
A inflação controlada em abril também refletiu a redução nos preços dos combustíveis. O óleo diesel caiu 1,27%, o etanol recuou 0,82%, o gás veicular teve baixa de 0,91%, e a gasolina ficou 0,35% mais barata. Esses movimentos aliviam o custo de vida, especialmente no transporte e na alimentação.
O IBGE também apontou variações no transporte público. O metrô subiu 1,01% devido a reajustes no Rio de Janeiro, enquanto Brasília teve queda de 3,36% com a tarifa zero aos domingos. O táxi aumentou 1,15%, puxado por Porto Alegre e Aracaju. Já o ônibus urbano recuou 0,09%, com ajustes compensatórios em diversas capitais.
Passagens aéreas mais baratas e impacto na economia doméstica
A queda no preço das passagens aéreas traz reflexos positivos para o poder de compra da população e influencia diretamente o orçamento familiar. Em um momento de atenção ao mercado financeiro, a retração contribui para a estabilidade da economia doméstica.
Além disso, a redução dos custos operacionais das companhias aéreas e o aumento da concorrência no setor ajudam a manter o valor das tarifas em patamares mais acessíveis. Com isso, cresce também a demanda por viagens, estimulando o setor de turismo e ampliando o acesso a programas de milhagem e iniciativas como o Voa Brasil, que busca democratizar o transporte aéreo.
Inflação, taxa de juros e influência no mercado financeiro
A desaceleração do IPCA impacta diretamente as decisões sobre a taxa de juros, que influencia a rentabilidade de investimentos em renda fixa e outras aplicações. Assim, a perspectiva de controle da inflação pode aumentar a confiança dos investidores e favorecer estratégias ligadas à preservação do poder de compra.
Com o recuo nas passagens aéreas, o comportamento do consumidor e dos investidores tende a mudar. Muitos avaliam a possibilidade de realocação de recursos entre categorias de investimentos, principalmente diante de possíveis ajustes no cenário macroeconômico brasileiro.
Expectativas para o setor aéreo e preço das passagens
Nos próximos meses, o comportamento do preço das passagens dependerá de fatores como o avanço da vacinação, sazonalidade e variações nos custos operacionais. Além disso, a expectativa é de que o setor mantenha uma trajetória de recuperação, com a retomada gradual da confiança dos consumidores e o fortalecimento de programas de milhagem como estímulo à fidelização.
Desse modo, o desempenho do setor aéreo também será monitorado de perto por agentes do mercado financeiro, atentos aos desdobramentos sobre inflação, consumo e oportunidades no setor de transporte e turismo. A recuperação sólida pode abrir espaço para novos investimentos no segmento e aquecer ainda mais o mercado.