As empresas lucram com deportações estão batendo recordes de faturamento com a volta da política de detenções em massa nos Estados Unidos.
GEO Group e CoreCivic ampliam operações com apoio do governo e empresas lucram com deportações
A nova ofensiva migratória da Casa Branca está gerando efeitos imediatos no mercado de prisões privadas. As gigantes GEO Group e CoreCivic reativaram centros de detenção, assinaram contratos bilionários e dispararam no mercado financeiro. Segundo dados de abril de 2025, o GEO Group viu suas ações subirem 94% desde a eleição presidencial. Já a CoreCivic registrou crescimento de 50% no mesmo período.
Além disso, as duas companhias já garantiram contratos que somam mais de US$ 3 bilhões para a reabertura de unidades como Delaney Hall, em Nova Jersey, e o centro de Dilley, no Texas, ambos com histórico de violações e protestos.
As empresas se anteciparam à demanda crescente: o governo Trump quer expandir a capacidade dos centros para 100 mil leitos, o dobro do atual. O ICE (Serviço de Imigração e Alfândega) lançou licitações no valor de até US$ 45 bilhões para novos contratos de infraestrutura, segurança e serviços médicos.
Investimentos políticos e apoio estratégico ao governo
Empresas lucram com deportações e parte desse sucesso se explica pelo seu poder de lobby. GEO Group e CoreCivic investem pesadamente em campanhas, contribuições políticas e relações com o Congresso. Apenas em 2025, as duas doaram cerca de US$ 1 milhão para comitês ligados ao Partido Republicano.
Esse tipo de influência preocupa organizações civis, que alertam para a criação de incentivos perversos: quanto mais imigrantes forem detidos, maiores os lucros. Ou seja, há um estímulo direto à manutenção e ampliação da política de deportações em massa.
Além disso, parte dos acionistas dessas empresas inclui grandes fundos de investimento como BlackRock e Vanguard, o que reforça a solidez e o alcance desses grupos no cenário financeiro global.
Empresas lucram com deportações: violações de direitos humanos entram em foco novamente
Com o crescimento das operações, voltam à tona as denúncias sobre as condições nos centros de detenção. Relatórios independentes apontam problemas estruturais graves: superlotação, falta de assistência médica e trabalho forçado. Em 2023, a CoreCivic enfrentou processos por obrigar detidos a trabalhar por US$ 1 por dia, sob ameaça de punição.
Segundo a organização Detention Watch Network, os abusos tendem a se intensificar à medida que mais contratos são fechados com menos tempo para planejamento e fiscalização. “Há um incentivo claro à redução de custos e aumento da capacidade, o que prejudica a dignidade dos imigrantes detidos”, afirma Setareh Ghandehari, porta-voz da entidade.
Veja mais detalhes no vídeo abaixo sobre as empresas lucram com deportações de imigrantes:
Crescimento financeiro versus crise humanitária
Enquanto a administração do Trump busca cumprir a promessa de deportar até 1 milhão de imigrantes sem documentos, as empresas responsáveis pela infraestrutura da política seguem lucrando alto. Mas esse crescimento levanta dúvidas sobre o custo humano e ético da privatização do sistema migratório.
As empresas lucram com deportações de imigrantes de Trump tornaram-se peças centrais de uma engrenagem política e econômica. Seus contratos milionários, sua influência política e as condições enfrentadas pelos detidos mostram um sistema que favorece o lucro em detrimento dos direitos humanos.