No 4º Workshop da Banana, o assunto principal foi produtividade. O evento, realizado pela Rovensa Next Brasil, reuniu 200 especialistas para discutir o futuro da produção de banana no país. O Brasil precisa fazer a produção de banana crescer de forma vertical, ou seja, aumentando o rendimento por área, e não expandindo a lavoura.
“Precisamos crescer em produtividade, verticalmente falando, e não horizontalmente, como, hoje, muitos produtores discutem fazer”, afirmou Rodrigo Kuhnen, gerente nacional da Rovensa Next. Para ele, o foco deve estar em produzir mais por metro quadrado, usando o mesmo volume de recursos.
Vídeo do canal Rovensa Neex Brasil no YouTube.
Como crescer sem ampliar área plantada?
Aumentar a produção de banana sem ocupar mais solo é possível no Brasil. Segundo Rodrigo Kuhnen, um produtor que colhe 35 mil toneladas em mil hectares poderia obter o mesmo volume em apenas 500 hectares. A chave está nas boas práticas agrícolas.
Um dos principais desafios está no solo. Cerca de 90% das áreas produtoras têm excesso de fósforo. Isso reduz a absorção de zinco, essencial para a qualidade da banana. O mesmo ocorre com o nitrogênio em excesso, que compromete a absorção de cálcio.
Esse desequilíbrio gera problemas como má formação dos cachos e aumento da vulnerabilidade a doenças. As principais são a sigatoka e a fusariose, capazes de comprometer toda a colheita.
Quais soluções existem para o controle de pragas e doenças?
O controle da sigatoka exige defensivos químicos com adjuvantes de alta performance, como o WETCIT, feito com óleo essencial de casca de laranja. Para a fusariose, a Rovensa Next indica o Trichonext, uma biossolução eficaz contra o fungo causador do “mal-do-Panamá”.
O manejo correto dos nutrientes também é preventivo. Pragas como a tripes e o “moleque da bananeira” atacam diretamente os frutos e as raízes, trazendo prejuízos econômicos severos.
Qual é a produtividade média de banana no Brasil?
A área produtora de banana no Brasil é estimada em 450 mil hectares. Os estados que lideram são São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. As variedades mais comuns são a banana Prata e a Nanica (Caturra).
A média nacional gira entre 30 a 35 toneladas por hectare na Nanica e de 20 a 25 toneladas por hectare na Prata. Para Rodrigo Kuhnen, os números são baixos. Com manejo adequado e uso das biossoluções Rovensa Next, propriedades chegam a 60 toneladas na Nanica e 45 toneladas na Prata. Em alguns casos, superam 80 toneladas por hectare.
Os frutos da produção de banana no Brasil de forma vertical
Um dos exemplos apresentados foi Josoe Schappo, da Bananas São João, em Santa Catarina. Há 12 anos, ele utilizava 60 mil plantas e colhia 40 toneladas por hectare. Hoje, com 300 mil plantas, alcança de 50 a 60 toneladas — em alguns talhões, mais de 85 toneladas.
“Muita gente me pergunta qual é o milagre. Não tem milagre! É um processo de longo prazo, com parceria e aprendizado”, afirma Josoe Schappo.
Além da produtividade, ele destaca padronização dos cachos, menos entressafras e maior resistência a eventos climáticos.
O que esperar do setor nos próximos anos?
Com o objetivo de triplicar o faturamento em biossoluções, a Rovensa Next aposta no crescimento vertical da produção de banana no Brasil. O workshop realizado em Pariquera-Açu (SP) mostrou que há conhecimento técnico, ferramentas e vontade de mudar.