A confiança do consumidor dos EUA recuou em maio, refletindo preocupações crescentes com a direção da economia e o impacto das tarifas comerciais. Segundo levantamento da Universidade de Michigan, o índice que mede a percepção das famílias caiu de 52,2 em abril para 50,8 neste mês. Trata-se de uma deterioração relevante, que contraria expectativas do mercado e acende um alerta sobre os efeitos da atual política econômica.
O estudo aponta que a principal causa da queda na confiança do consumidor dos EUA está relacionada à escalada tarifária imposta pelo governo Trump. Cerca de 75% dos entrevistados mencionaram espontaneamente as tarifas, em comparação com 60% em abril. Essa alta nas menções reflete o peso crescente do tema no cotidiano das famílias americanas.
A diretora da pesquisa, Joanne Hsu, afirma que a incerteza sobre a política comercial vem dominando o pensamento econômico da população. Segundo ela, mesmo consumidores independentes, que em geral têm opiniões mais neutras, demonstraram preocupação com os rumos do mercado.
Veja no vídeo abaixo mais detalhes sobre a queda na confiança do consumidor dos EUA:
Expectativas de inflação aumentam
Outro ponto de destaque é a percepção inflacionária. As expectativas para a inflação dos próximos 12 meses subiram de 6,5% para 7,3%. A mudança afeta diretamente o comportamento de consumo, pois indica receio com o aumento dos preços.
O temor não é exclusivo de um grupo político. Tanto democratas quanto republicanos demonstraram visão pessimista quanto à inflação no curto prazo, evidenciando um consenso atípico em relação aos impactos da política atual.
Confiança do consumidor dos EUA: impactos no mercado e na política
Com a confiança do consumidor dos EUA em queda, a tendência é de que o consumo das famílias sofra desaceleração. O consumo é um dos pilares do Produto Interno Bruto americano e, portanto, sua retração pode afetar diretamente o ritmo de crescimento da economia.
A situação também pressiona a administração Trump, que se prepara para uma nova corrida eleitoral. A política comercial agressiva, marcada por tarifas elevadas, passa a ser questionada inclusive por eleitores tradicionalmente favoráveis ao presidente.
