As ações da Gol encerraram o pregão de terça-feira (20) com alta de 12,09%, cotadas a R$ 1,02, após a Justiça dos Estados Unidos aprovar o plano de recuperação judicial da companhia. O processo, iniciado em janeiro sob o Chapter 11, foi validado em audiência conduzida pelo juiz responsável pelo caso em Nova York.
Com o plano aceito, a Gol projeta deixar o regime de proteção judicial em junho. A expectativa é concluir a reestruturação com cerca de US$ 900 milhões em liquidez e reduzir a alavancagem para 2,7 vezes até 2027. Hoje, o índice está em 5,4 vezes, abaixo dos 5,8 registrados no primeiro trimestre.
Quais os próximos passos da Gol após sair da recuperação?
O plano aprovado prevê a entrega de cinco novos jatos Boeing 737 MAX ainda este ano. A Gol também reafirmou o cronograma para recuperar toda sua frota até o primeiro trimestre de 2026, após um processo de reforma que envolveu mais de 50 motores. A retomada da capacidade doméstica pré-pandemia está entre os objetivos.
A empresa também conseguiu reduzir cerca de US$ 750 milhões em dívidas com tributos e outras obrigações no Brasil. Os recursos para essa reestruturação vieram de uma captação de US$ 1,9 bilhão com forte demanda entre credores e investidores.
Aumento de capital bilionário está no radar?
Com o plano de recuperação judicial aprovado, a Gol agora depende de uma assembleia de acionistas para formalizar um aumento de capital bilionário. A operação, já aprovada pelo conselho de administração, pode variar entre R$ 5,34 bilhões e R$ 19,25 bilhões, colocando-se entre as maiores do mercado brasileiro.
A performance recente reforça o fôlego da companhia. No primeiro trimestre, o lucro líquido da aérea cresceu 43,6% na comparação anual, atingindo R$ 1,65 bilhão. Já o Ebitda ajustado foi de R$ 1,54 bilhão, com alta de 17,4%.
E a possível fusão com a Azul, vai sair?
O cenário continua incerto. A holding Abra, controladora da Gol, vem conduzindo conversas sobre uma possível fusão com a Azul. No entanto, a situação financeira da Azul, que ainda não passou por um processo de recuperação judicial, gera cautela entre investidores.
Por ora, a Gol reforça que sua prioridade é concluir a reestruturação e fortalecer a operação. Uma união com outra aérea ainda é vista como possibilidade, mas não como condição para o futuro da companhia.