O uso do pix como garantia para empréstimos só deve sair do papel em 2027. A previsão foi feita por Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central, durante evento da Abipag (Associação Brasileira de Instituições de Pagamento) na última quinta-feira (29).
Segundo o diretor, o projeto é tecnicamente complexo e ainda não há um formato fechado. “Eu enfatizo 2027”, afirmou, ao destacar que o desenvolvimento da ferramenta ainda passará por várias etapas.
Finalidade do Pix como garantia
A proposta do Banco Central é usar os recebíveis do Pix como instrumento de garantia para baratear o crédito ofertado às empresas. A medida deve beneficiar especialmente pequenos e médios negócios, que usam intensamente o sistema de pagamentos instantâneos.
Atualmente, empresas enfrentam juros elevados por falta de garantias formais. Com o pix como garantia, espera-se uma maior democratização do crédito e mais segurança para quem empresta. Veja como iria funcionar o Pix como garantia no vídeo abaixo:
Detalhes técnicos ainda indefinidos
Apesar do objetivo claro, o BC admite que ainda não definiu como será o funcionamento do sistema. Ainda não há padrão sobre como os recebíveis do Pix serão registrados, nem regras sobre a execução das garantias em caso de inadimplência.
Na mesma ocasião, foi informado que o BC deve lançar em breve uma consulta pública sobre tarifas de intercâmbio cobradas em cartões de crédito. O foco será discutir limites para essas taxas, como já ocorreu com cartões de débito e pré-pagos. Ele reforçou que não haverá mudanças nos prazos de liquidação dessas operações.
Expectativas do mercado
A possibilidade de usar o pix como garantia é bem vista por analistas do setor financeiro, que apontam o potencial da medida para reduzir a concentração bancária no crédito e fomentar o uso do Pix também no ambiente B2B. No entanto, o mercado cobra mais clareza e cronograma firme para implantação.