A dívida pública mundial pode alcançar níveis críticos até o fim da década, segundo projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em publicação recente, a diretora-geral do fundo, Kristalina Georgieva, afirmou que, se as atuais tendências se mantiverem, o mundo poderá enfrentar um cenário em que o endividamento ultrapassa 100% do Produto Interno Bruto (PIB) global até 2030.
A diretora destacou a importância de uma política fiscal equilibrada, que promova tributação justa e gastos públicos eficientes, diante de choques econômicos recorrentes e riscos crescentes à estabilidade financeira global.
Países ricos concentram a maior parte da dívida pública mundial
Segundo o FMI, um terço das nações do mundo já apresenta níveis de dívida superiores aos registrados antes da pandemia. Esses países somam cerca de 80% do PIB global, e representam a maior parcela da dívida pública mundial.
De acordo com dados divulgados pela instituição, o crescimento do endividamento acelerou nos últimos anos, puxado pelos efeitos da crise sanitária, conflitos geopolíticos e aumento nos custos de financiamento. O FMI alerta que, sem medidas urgentes, esse movimento poderá provocar impactos fiscais severos e ampliar a desigualdade entre países ricos e emergentes.
FMI propõe medidas para conter a dívida pública mundial
Kristalina Georgieva defendeu o fim de subsídios ineficientes e a adoção de reformas fiscais progressivas, especialmente nos países mais endividados.
“Tributar com justiça e gastar com sabedoria deve ser a prioridade de todos os governos”, afirmou a economista em sua conta na rede X.
O FMI recomenda mais transparência nas contas públicas, monitoramento permanente de riscos fiscais e investimentos em setores estratégicos. Para o fundo, é preciso conter o crescimento da dívida pública mundial sem comprometer o desenvolvimento social e econômico das populações.
Cooperação internacional será decisiva diante do problema financeiro
O relatório do FMI sugere que o tema da dívida pública mundial entre na agenda prioritária de fóruns multilaterais como o G20 e a ONU. A proposta envolve cooperação técnica e financeira entre países, para apoiar nações com capacidade fiscal reduzida e alto nível de endividamento.
A diretora do fundo conclui que apenas com ação coordenada será possível evitar o avanço descontrolado da dívida pública mundial e garantir um crescimento sustentável. “O tempo para agir está se esgotando”, reforçou Georgieva.











