A estreia da JBS na Bolsa de Nova York marca um novo capítulo na história da companhia. A listagem ocorre após anos de preparação e sinaliza o avanço da empresa no plano de internacionalização.
A operação não substitui os BDRs na B3, mas amplia o alcance da JBS no maior centro financeiro do mundo. A empresa espera conquistar maior visibilidade e novos múltiplos no mercado internacional.
Listagem da JBS amplia base global de investidores
Com a abertura na NYSE, a JBS na Bolsa de Nova York registrou salto na base de acionistas estrangeiros: de 65% para 80%. A empresa também viu o spread de sua dívida cair antes mesmo da listagem, refletindo a confiança do mercado.
O CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, afirmou que o movimento fortalecerá a posição da empresa como líder global em proteínas. Para o CFO, Guilherme Cavalcanti, o impacto será visível na liquidez e no valor de mercado da companhia.
JBS na Bolsa de Nova York busca valorização com base em fundamentos
Hoje, a JBS negocia a 4,5 vezes seu valor de mercado/Ebitda. Empresas como Tyson Foods e Hormel operam com múltiplos de 6x e 12x, respectivamente.
Com a JBS na Bolsa de Nova York, analistas como Leonardo Alencar, da XP, enxergam um potencial de valorização de até 149%, caso a companhia se alinhe aos pares internacionais.
Caminho rumo ao S&P 500 e novas aquisições
A JBS também pretende entrar no índice Russell em 2026 e, futuramente, no S&P 500. Seria a primeira brasileira a integrar o índice. Para isso, a empresa precisa aumentar o free float e reforçar sua governança.
Além disso, a nova estrutura pode facilitar aquisições. O foco está em alimentos industrializados, como pizzas e margarinas, segundo o acionista Wesley Batista. “Estar na NYSE abre portas para novas oportunidades”, disse.
Desafios políticos e ambientais cercaram a listagem da JBS na Bolsa de Nova York
A entrada da JBS na Bolsa de Nova York não foi isenta de críticas. Grupos ambientalistas e parlamentares americanos questionaram a operação. Consultorias como ISS e Glass Lewis recomendaram voto contrário à reestruturação.
Assista o vídeo sobre a Bolsa de Nova York:
Mesmo assim, fundos como o Mason Capital apoiaram a mudança, que consideram uma oportunidade bilionária. A aprovação final veio com a abstenção do BNDES e o sinal verde da SEC, órgão regulador dos EUA.