O desempenho do comércio brasileiro segue instável. Segundo levantamento do Ibevar, as tendências do varejo em 2025 indicam trajetórias diferentes entre os segmentos. Entre junho e agosto, roupas e veículos puxaram o crescimento, enquanto livros e móveis apresentaram retração.
O varejo restrito registrou queda de 0,42%, influenciado pela desaceleração em bens de consumo recorrente. Já o varejo ampliado cresceu 1,69%, sustentado por setores ligados a bens duráveis, como carros e materiais de construção.
Roupas e carros lideram as tendências do varejo em 2025
O setor de tecidos, vestuário e calçados cresceu 5,71% no trimestre. Veículos, motos e peças avançaram 4,72%. Ambos se beneficiaram da retomada do consumo e de condições de financiamento mais favoráveis.
Itens voltados ao bem-estar doméstico também se destacaram. Artigos de uso pessoal e doméstico cresceram 3,47%, indicando uma valorização do lar no orçamento familiar.
Livros, móveis e combustíveis enfrentam retração
Sobre as tendências do varejo em 2025, o setor editorial caiu 7,44%, mantendo a tendência de queda observada nos últimos anos. Já móveis e eletrodomésticos recuaram 1,72%, refletindo cautela do consumidor diante de compras de maior valor.
Combustíveis e equipamentos de informática apresentaram estabilidade, com variação nula. Especialistas acreditam que esses mercados podem estar saturados ou passando por mudanças tecnológicas.
Inflação e juros influenciam as tendências do varejo em 2025
A inflação recuou pela terceira semana consecutiva, com estimativa de 5,25% para o ano. No entanto, segue acima da meta do Banco Central, que é de 3,00%.
A Selic, em 14,75%, deve continuar nesse patamar até o fim de 2025. Segundo analistas, os efeitos da taxa alta ainda não se refletiram integralmente na economia.
O ciclo de aumento da Selic começou em setembro de 2024 e impacta diretamente o consumo. As tendências do varejo em 2025 ainda dependem da reação das famílias aos juros elevados.
Assiste o vídeo sobre Selic:
Expectativas para o segundo semestre
Segundo Claudio Felisoni, presidente do Ibevar, será decisivo observar se os setores em alta manterão o fôlego. Com PIB previsto para crescer 2,20% neste ano, o cenário ainda é de incerteza.
Acompanhar as tendências do varejo em 2025 é fundamental para empresas ajustarem estratégias e estoques, diante de um consumidor mais seletivo e impactado pelo cenário macroeconômico.