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Preço do fertilizante no Brasil dispara e afeta planejamento da safra

A alta no preço do fertilizante preocupa o agronegócio brasileiro, especialmente com a semeadura da safra 2025/2026 se aproximando. Com a ureia a US$ 447,50 por tonelada e o Brasil dependendo de importações para 85% de seus fertilizantes, o país se torna vulnerável a oscilações de preços. A logística internacional e a tensão geopolítica agravam a situação. Descubra como isso afeta o planejamento dos produtores.
Sacos de fertilizante empilhados com gráfico de alta ilustrando o aumento no preço do fertilizante
O poder de compra rural está no nível mais baixo dos últimos 30 meses. (Imagem: Canvas)

A disparada no preço do fertilizante no Brasil acendeu um novo alerta no agronegócio brasileiro às vésperas da semeadura da safra 2025/2026, que começa em setembro no Centro-Oeste. Dados de segunda-feira (23/06) mostram que a ureia agrícola já alcançou US$ 447,50 por tonelada, com alta de 3,47% no dia e 43,2% em 12 meses. O cloreto de potássio (KCl) também segue em alta, cotado até US$ 350/t CFR, agravando o valor dos fertilizantes em geral.

Segundo relatório da StoneX, divulgado recentemente, as plantas de produção de fertilizantes nitrogenados estão paralisadas tanto no Irã quanto no Egito. No primeiro caso, a guerra elevou os riscos operacionais e impacta diretamente o mercado de insumos. No segundo, a falta de gás natural afeta o abastecimento de ureia e amônia. O reflexo é imediato sobre o preço do fertilizante no Brasil negociado internacionalmente.

Preço do fertilizante no Brasil desafia importações e margens do agro

O Brasil depende de importações para suprir 85% de seus fertilizantes, sendo que 17% a 20% da ureia agrícola vêm do Irã. Essa dependência, combinada à tensão internacional, torna o país vulnerável à oscilação no preço do fertilizante. Embora os produtores rurais do Brasil já tenham adquirido 61% dos volumes necessários para o segundo semestre, muitos lotes ainda não foram entregues — elevando os riscos financeiros e logísticos.

A deterioração da relação de troca entre grãos e insumos agrícolas — medida que compara quantas sacas de soja são necessárias para comprar uma tonelada de fertilizante — também reforça a pressão sobre o custo dos adubos. Hoje, são necessárias 31 sacas de soja para comprar uma tonelada de MAP, ante 28 em março. Segundo dados da Mosaic, empresas produtora de fosfato e potássio combinado, o poder de compra rural está no nível mais baixo dos últimos 30 meses. O impacto do preço do fertilizante no Brasil compromete o planejamento de custos e margens dos produtores.

A sigla MAP significa fertilizante à base de nitrogênio e fósforo.

Logística dos fertilizante em cenário global incerto

Além do encarecimento direto, a logística internacional agrícola influencia o preço do fertilizante ao dificultar o acesso a portos estratégicos. O Estreito de Ormuz, rota crucial para navios cargueiros, enfrenta ameaça de bloqueio pelo Irã. Os fretes de contêineres já subiram 30% nos últimos 10 dias, disse Evandro Turatto, da Next Shipping, em entrevista.

Mesmo sem risco de escassez imediata, o setor teme o impacto contínuo do conflito nos valores dos fertilizantes. O especialista em finanças Pedro Brandão, CEO da CredÁgil,, destaca que o Brasil deve ter alternativas de fornecimento para aliviar a pressão dos preços dos fertilizantes no Brasil.

“A principal preocupação é econômica, não de fornecimento. Por isso, entendo que o Governo Federal deveria buscar alternativas externas para evitar impactos negativos no mercado agrícola interno”, destacou Brandão ao Economic News Brasil.

O Brasil deve reforçar relações comerciais com a China e debater o tema nas agendas do BRICS, grupo que inclui também Irã e Rússia. A expectativa é que o bloco fortaleça sua atuação frente à instabilidade no mercado global de fertilizantes.

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