Mesmo com queda de 0,5% no volume produzido, o PIB do agronegócio em Minas Gerais cresceu R$ 20,5 bilhões em 2024. O setor avançou de R$ 214,5 bilhões, em 2023, para R$ 235 bilhões, sustentado pela valorização média de 10,2% das principais commodities agrícolas. O levantamento é da Fundação João Pinheiro (FJP), com participação da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Faemg) e da Secretaria de Estadual de Agricultura do Estado de Minas.
PIB do agronegócio em Minas Gerais supera desafios climáticos
Apesar da retração nas atividades primárias do setor agropecuário, que incluem agricultura, pecuária e pesca, o valor bruto da produção (VBP) foi impulsionado pelos preços. A produção agrícola em Minas Gerais sofreu queda, como na soja (de 8,5 para 7,7 milhões de toneladas) e no milho (de 8,3 para 6,6 milhões). Já o café se manteve estável em 1,7 milhão, e a cana-de-açúcar foi a única com leve expansão.
A soma das atividades primárias chegou a R$ 70 bilhões, ante R$ 61,8 bilhões no ano anterior, contribuindo significativamente para o desempenho geral do agronegócio mineiro.
Indústria e serviços do agro garantem desempenho
A agroindústria e os serviços associados ao campo registraram expansão de 1,7%. O segmento respondeu por R$ 165 bilhões do PIB do agronegócio em Minas Gerais, com destaque para alimentos, bebidas, biocombustíveis e produtos do refino de petróleo. Também ganharam espaço os serviços de comercialização, alojamento rural e financeiros.
Segundo Antônio de Salvo, presidente da Faemg, a cadeia produtiva do agro demonstrou resiliência: “Mesmo com adversidades climáticas, conseguimos avançar em valor graças à integração entre insumos, produção e distribuição”. No entanto, ele alerta: “Quanto mais o agro cresce, menor é a margem do produtor”.
Especialistas destacam que 22,2% da economia mineira foi composta pelo agronegócio em 2024, reforçando o peso do setor na balança comercial agropecuária e na geração de empregos.
Setor do agro critica valor do Plano Safra 2025/2026
Embora o desempenho do agronegócio mineiro tenha sido positivo, o novo Plano Safra 2025/2026 foi alvo de críticas. O valor de R$ 592 bilhões foi considerado insuficiente por lideranças do setor.
“Precisamos de R$ 1,3 trilhão. O que foi anunciado não incentiva investimentos diante de uma Selic ainda elevada”, afirmou De Salvo ao Jornal Estado e Minas.
De forma geral, o crescimento do PIB rural em Minas reflete a tendência nacional, com o agronegócio brasileiro fechando 2024 em R$ 2,72 trilhões. Porém, para manter a competitividade, o setor exige políticas de crédito rural mais eficazes e de longo prazo.