A alta na confiança do consumidor dos EUA em julho reacendeu o otimismo entre exportadores globais. O índice da Universidade de Michigan subiu para 66,0 pontos, acima dos 64,4 registrados em junho, revelando maior disposição das famílias americanas para consumir. A expectativa para os próximos seis meses saltou para 67,3 pontos, enquanto a percepção atual recuou para 64,6, evidenciando confiança no futuro.
Esse avanço ganha ainda mais relevância quando se observa a tendência dos meses anteriores. Em maio, o índice da confiança do consumidor dos EUA havia ficado em 52,2 pontos, mesma marca de abril, segundo dados revisados pela própria universidade. Ambos os resultados superaram as expectativas de mercado, que projetavam 51,5 pontos, indicando que o otimismo vinha se formando antes mesmo da aceleração observada em julho.
Confiança do consumidor dos EUA reforça apetite por exportações
Outro fator-chave é a queda nas expectativas inflacionárias. Para os próximos 12 meses, a projeção recuou de 3,1% para 3%, o menor patamar desde março de 2021. No horizonte de cinco anos, a taxa esperada caiu de 3% para 2,9%, sinalizando maior estabilidade e confiança na condução da política monetária.
Nesse cenário, a melhora da confiança do consumidor dos EUA julho representa uma oportunidade para países emergentes como o Brasil. Exportações de suco de laranja, carnes, aço e tabaco tendem a ganhar força diante do aumento da demanda.
Exportadores brasileiros correm o risco de não aproveitar o ciclo favorável
Contudo, essa perspectiva positiva colide com a ameaça de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada por Donald Trump. Se efetivada, poderá comprometer a competitividade de setores estratégicos.
Analistas alertam que o governo brasileiro precisa agir com rapidez. A combinação entre o avanço da confiança do consumidor dos EUA em julho, o otimismo econômico e os riscos tarifários exige diplomacia ativa, negociação de isenções e maior diversificação comercial.