A São Carlos Empreendimentos e Participações (SCAR3) anunciou nesta segunda-feira (28/07) a venda de um portfólio com oito ativos de escritório, totalizando 78,2 mil m² de área bruta locável (ABL). A operação, no valor de R$ 837,2 milhões, representa um movimento estratégico relevante, mesmo sendo 18% inferior ao valor patrimonial líquido (NAV) dos imóveis.
Transação em que a São Carlos vende ativos de escritório inclui FII e cap rate elevado
A transação em que a São Carlos vende ativos de escritório envolve, nesse contexto, a criação de um novo fundo imobiliário, atualmente em fase de constituição junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além disso, o FII terá administração e gestão discricionária, sem vínculo societário com a companhia. Por essa razão, o cap rate anualizado da operação foi de 8,1%, patamar considerado atrativo no atual ciclo de juros elevados.
Como consequência da negociação, a São Carlos permanecerá como consultora imobiliária do fundo, alinhada à sua estratégia “asset light”. De acordo com a empresa, o foco segue sendo a geração de valor ao acionista, por meio de alienações seletivas e parcerias que maximizem retorno com menor exposição operacional.
Histórico recente reforça estratégia de desinvestimento
Além da nova transação em que a São Carlos vende ativos de escritório, a companhia já havia concretizado outras duas alienações relevantes em 2024. Em dezembro, vendeu o edifício São Paulo Office Park X por R$ 30 milhões. Já em junho, havia negociado ativos de sua subsidiária Best Center por R$ 486,5 milhões.
Com essas vendas, o portfólio da empresa passou a contar com 43 imóveis, totalizando ABL própria de 276 mil m² e valor de mercado estimado em R$ 2 bilhões. O movimento consolida a guinada da empresa para um modelo mais enxuto e rentável.
Lemann, Telles e Sicupira mantêm controle
A São Carlos segue sob o controle dos empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. O bloco de controle detém 53,8% das ações da companhia. Outros 42,4% estão em circulação no mercado, 2,2% pertencem à administração e 0,59% estão em tesouraria.
A operação em que a São Carlos vende ativos de escritório reflete não apenas um realinhamento estratégico, mas também o fortalecimento de sua atuação como gestora de ativos imobiliários com governança de alta performance.