Nem mesmo o histórico de eficiência impediu que a Jalles Machado no 1T25/26 iniciasse o ano-safra sob forte pressão. Segundo relatório do BTG Pactual, chuvas intensas no início do trimestre e reflexos da seca anterior reduziram em 10% a moagem de cana e em 13% a produção de ATR na comparação anual.
Apesar disso, o Ebitda ajustado se manteve estável em R$ 270 milhões. Porém, o Ebitda unitário caiu 11% devido ao aumento de custos. O prejuízo da Jalles Machado (JALL3) foi de R$ 14 milhões, atenuado por ganho não caixa de R$ 232 milhões em hedge. Além disso, o consumo de caixa livre somou R$ 87 milhões, elevando a alavancagem para 2,4 vezes dívida líquida/Ebitda. Diante desse cenário, a empresa reduziu o guidance, prevendo moagem de 7,5 milhões de toneladas (-5% ano/ano), menor mix de açúcar e queda de produtividade.
Impacto das tarifas na Jalles Machado no 1T25/26
As tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, por sua vez, devem reduzir a competitividade do açúcar orgânico, com perda financeira estimada entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões. Nesse contexto, parte do volume destinado à exportação — entre 15 e 20 mil toneladas — será reclassificada como açúcar cristal para venda no mercado interno, com menor valor agregado.
Mesmo assim, a Jalles Machado no 1T25/26 afirmou que segue avaliando alternativas estratégicas e comerciais para mitigar os efeitos tarifários. Com isso, a companhia mantém o foco na excelência operacional e na disciplina de execução. No mercado, as ações da empresa, cotadas a R$ 2,86 às 14h45 desta sexta-feira (15/08), acumulam queda de 22,91% nos últimos 30 dias, refletindo a percepção negativa dos investidores. O prejuízo da Jalles Machado reforça o desafio de equilibrar competitividade e rentabilidade em um cenário geopolítico mais adverso.









