A corrida global para reduzir emissões transformou o carbono em ativo estratégico. O Brasil entra nesse jogo com peso de gigante. No centro desse movimento está o Banco do Brasil no mercado de carbono, que busca ocupar posição de liderança na transição climática nacional. Desde a Lei nº 15.042, sancionada em dezembro de 2024, o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) passou a definir limites para gases de efeito estufa. Esse marco abre espaço para um setor que deve movimentar bilhões nos próximos anos.
Banco do Brasil no mercado de carbono como articulador
Segundo José Ricardo Sasseron, vice-presidente de Negócios de Governo e Sustentabilidade Empresarial, o banco já financia projetos de geração de créditos. Também elabora inventários de emissões. A próxima etapa será a criação de uma mesa de comercialização. Depois disso, a instituição pretende ingressar no processo de certificação — etapa que hoje sofre atrasos de até quatro anos.
O agronegócio deve ser a porta de entrada. O Banco do Brasil concentra sua maior base de clientes nesse setor. A estratégia é transformar essa capilaridade em vantagem competitiva, oferecendo soluções para produtores em todo o país. Além disso, a presença internacional em Nova York, Frankfurt e Tóquio reforça a ambição global de liderança.
O Ministério da Fazenda estima que o mercado regulado esteja em plena operação até 2030. Já em 2040, o impacto esperado é de 5,8% no PIB nacional. Nesse horizonte, o Banco do Brasil no mercado de carbono aposta na credibilidade e no alcance nacional. O objetivo é consolidar-se como protagonista de um setor que promete transformar a economia verde em um dos eixos centrais da competitividade brasileira.