O peso financeiro virou arma diplomática: Pequim decidiu abrir os cofres para reforçar sua influência global. Com US$ 280 milhões em ajuda e US$ 1,4 bilhões em empréstimos, a nova ordem mundial da China ganhou contornos concretos na segunda-feira (01/09), durante a 24ª cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), em Tianjin. Na presença de 20 líderes de países não ocidentais, Xi Jinping lançou a Iniciativa de Governança Global. Recebendo o apoio do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
Além disso, o presidente chinês atacou o hegemonismo e a “mentalidade da Guerra Fria”, afirmando que o sistema internacional chegou a uma encruzilhada histórica.
Nesse contexto, o anúncio ocorre em meio à guerra tarifária dos Estados Unidos, que elevaram em 50% as taxas sobre produtos indianos. Dessa forma, pressionam Nova Délhi a abandonar o petróleo russo. Por isso, a proposta chinesa amplia o espaço para a cooperação asiática ganhar peso institucional, com reflexos diretos nas cadeias de energia e no comércio internacional.
Rússia e Índia apoiam nova ordem mundial da China
Na reunião, Putin declarou que a OCX pode liderar um sistema global “mais justo” e destacou que ao menos uma dúzia de países deseja aderir ao grupo, apoiando à nova ordem mundial da China. Modi, por sua vez, agradeceu a organização chinesa e ressaltou, em rede social, que sua “Parceria Estratégica Privilegiada Especial” com a Rússia permanece como pilar da estabilidade global.
Além disso, o primeiro-ministro indiano apareceu de mãos dadas com Xi e Putin, gesto simbólico após sete anos sem visita oficial à China. A diplomacia chinesa afirmou que o diálogo com Nova Délhi está em “trajetória positiva”, com retomada de voos diretos e distensão nas fronteiras
OCX pode disputar espaço com a ONU e a OMC
Para Pequim, a nova ordem mundial da China se apoia em cinco pilares: soberania igualitária, respeito ao direito internacional, multilateralismo, centralidade das pessoas e medidas concretas. Além disso, Xi reforçou o papel do Cinturão e Rota da Seda como motor de integração econômica, destacando que o projeto busca enfrentar o protecionismo dos Estados Unidos.
Diante desse quadro, analistas veem a OCX disputando espaço com instituições como a ONU (Organização das Nações Unidas) e a OMC (Organização Mundial do Comércio). Com efeito, o bloco asiático amplia sua projeção ao combinar financiamento, parcerias estratégicas e a articulação de China, Rússia e Índia. Assim, a iniciativa pressiona o equilíbrio de poder global e coloca em xeque a liderança ocidental através da nova ordem mundial da China.









