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Déficit de exportações para EUA em agosto é o maior do ano

O Brasil enfrenta um rombo recorde em sua balança comercial com os EUA, com um déficit de US$ 1,23 bilhão em agosto, o maior do ano. Esse cenário alarmante, resultado do tarifaço de Donald Trump, impactou severamente as exportações brasileiras, que caíram 18,5%. Enquanto isso, as vendas para mercados alternativos, como China e México, estão em ascensão. A necessidade de diversificação das exportações se torna urgente, revelando fragilidades na pauta exportadora do Brasil. Descubra como essa situação pode moldar o futuro das relações comerciais brasileiras e quais estratégias estão sendo adotadas para enfrentar esses desafios.
Déficit de exportações para EUA
Déficit de exportações para EUA atinge US$ 1,23 bilhão em agosto, maior resultado do ano, sob impacto do tarifaço de Trump (Imagem: Ilustrativa).

O déficit de exportações para EUA atingiu em agosto o maior nível de 2025, com saldo negativo de US$ 1,23 bilhão. O rombo foi resultado da queda de 18,5% nas vendas brasileiras para o mercado norte-americano, somando US$ 2,76 bilhões, enquanto as importações subiram 4,6%, chegando a US$ 3,99 bilhões. O dado mostra como o tarifaço de Donald Trump, que elevou tarifas para 50% desde 6 de agosto, já redesenhou o comércio bilateral. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (04/09) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Dados Exportações e Importações de agosto 2025

Confira dados da balança comercial:

  • Exportações brasileiras para os EUA: US$ 2,76 bilhões (-18,5%)
  • Importações de produtos americanos: US$ 3,99 bilhões (+4,6%)
  • Saldo acumulado jan–ago: -US$ 3,48 bilhões (+370% frente a 2024)

Déficit de importações para EUA pressiona setores estratégicos

Esse déficit de exportações para EUA representa uma mudança brusca. Em dezembro de 2024, o Brasil ainda registrava superávit de US$ 468 milhões com os norte-americanos. Agora, oito meses seguidos de saldos negativos reforçam uma tendência histórica: em 16 anos, os EUA acumularam vantagem de US$ 88,61 bilhões nas trocas com o Brasil.

O déficit de importações para EUA tem relação direta com o tarifaço, que impactou setores sensíveis. Em agosto, houve queda em:

  • Minério de ferro: -100%
  • Açúcar: -88,4%
  • Aeronaves e partes: -84,9%
  • Motores e máquinas não elétricos: -60,9%
  • Carne bovina fresca: -46,2%
  • Máquinas de energia elétrica: -45,6%
  • Madeira em bruto: -39,9%
  • Óleos combustíveis: -37%
  • Produtos semiacabados de ferro e aço: -23,4%
  • Celulose: -22,7%

“O tarifaço mudou o equilíbrio da relação bilateral e tornou urgente a diversificação de destinos das exportações brasileiras”, destacou um dos analistas.

Diversificação das exportações do Brasil em agosto

  • China: +29,9% (de US$ 7,3 bi para US$ 9,5 bi, 32,1% do total exportado)
  • México: +43,8% (de US$ 549 mi para US$ 790 mi)
  • Argentina: +40,4%
  • União Europeia: -11,9% (de US$ 4,5 bi para US$ 4 bi)
  • Canadá: -10,7% (de US$ 546 mi para US$ 487 mi)

Segundo os dados SECEX, no acumulado até agosto, o saldo geral do Brasil foi positivo em US$ 42,81 bilhões, mas caiu 20,2% frente a 2024. A leitura é clara: o déficit de exportações para EUA expôs fragilidades da pauta brasileira e impôs a necessidade de diversificação.

Perspectiva para setembro

Especialistas apontam que setembro deve aprofundar o rombo. Como vários produtos — até mesmo os isentos da sobretaxa — já caíram em agosto, a expectativa é de novo déficit, possivelmente acima de US$ 1,5 bilhão. Se confirmado, o Brasil enfrentará não apenas o maior desafio de 2025 em sua balança com os EUA, mas também um teste importante de adaptação do setor exportador diante do protecionismo norte-americano.

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