Metade do salário mínimo líquido ainda é consumida pela alimentação, mas o preço da cesta básica em agosto caiu em 24 capitais. Os dados são do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e do Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Nesse cenário, o alívio foi maior em Maceió (-4,1%), Recife (-4%), João Pessoa (-4%) e Natal (-3,7%), reduzindo a pressão sobre famílias que enfrentavam forte comprometimento da renda com comida.
Por outro lado, São Paulo segue como a capital com o preço da cesta básica mais alto, em R$ 850,84, seguida por Florianópolis (R$ 823,11), Porto Alegre (R$ 811,14) e Rio de Janeiro (R$ 801,34). Já os menores valores apareceram em capitais do Norte e Nordeste, como Aracaju (R$ 558,16), Maceió (R$ 596,23) e Salvador (R$ 616,23).
Capitais com queda no preço da cesta básica em agosto
Entre as 27 capitais pesquisadas, apenas Macapá (0,9%), Palmas (0,6%) e Rio Branco (0,02%) registraram alta no preço da cesta básica. Além disso, desde julho de 2025, o Dieese e a Conab ampliaram o levantamento para todas as capitais. Com isso, passaram a oferecer um retrato mais completo da evolução do custo dos alimentos.
Nesse contexto, o tomate, o arroz e o feijão caíram em grande parte das cidades. Em Brasília, o preço do tomate desabou 26,8%. Em Macapá, o arroz recuou 8,7%, enquanto no Rio de Janeiro o feijão preto diminuiu 6,9%.
Impacto no salário mínimo e no orçamento
Com base no preço da cesta básica em agosto, o Dieese calculou que o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ter alcançado R$ 7.147,91. Este valor é 4,71 vezes o mínimo atual de R$ 1.518.
Nesse período, os trabalhadores precisaram dedicar 101 horas e 31 minutos para comprar a cesta básica. Em julho, esse esforço havia chegado a 103 horas e 40 minutos. A redução, embora pequena, sinaliza que a queda no preço da cesta básica em agosto trouxe algum alívio ao orçamento, ainda que o custo continue muito distante da realidade do salário mínimo pago no país.
Perspectiva para os próximos meses no preço da cesta básica
O presidente da Conab, Edegar Preto, afirmou que a política agrícola atual impulsiona a produção e facilita o escoamento de arroz e feijão. “Estes números comprovam o acerto de nossa política agrícola”, disse.
Já a economista Patrícia Costa, do Dieese, avaliou que a tendência de queda nos preços da cesta básica representa “um alívio para o orçamento das famílias brasileiras”. Apesar das pressões externas, como o tarifaço norte-americano.
A manutenção de incentivos ao setor e o desempenho das próximas safras devem definir se o preço da cesta básica em agosto continuará estável nos próximos meses.









