A escalada tarifária de Donald Trump pressiona cadeias produtivas brasileiras e expõe fragilidades externas. Nesse contexto, Lula reúne o Brics nesta segunda-feira (08/09) em uma cúpula virtual presidida pelo Brasil. O encontro busca articular a defesa do multilateralismo e discutir alternativas ao dólar nas trocas internacionais, em resposta direta à escalada comercial promovida pelos Estados Unidos.
Impactos práticos para o Brasil
As tarifas de 50% impostas por Trump já elevaram custos de exportação e pressionam margens de empresas brasileiras. O aço e o agronegócio estão entre os setores mais expostos, e executivos relatam revisão de contratos e busca por novos mercados. Nesse cenário, Lula reúne o Brics como estratégia para reduzir vulnerabilidades externas e dar previsibilidade às exportações brasileiras. O encontro do Brics liderado por Lula também sinaliza ao mercado que o Brasil não pretende ser mero espectador das disputas entre EUA e China.
Multilateralismo como resposta ao unilateralismo
No encontro, que reúne as principais lideranças do bloco, os participantes discutem ampliar o uso de moedas nacionais, criar mecanismos de crédito alternativos e reforçar a voz do Brics em fóruns como ONU e G20. A presidência brasileira defende que os países do Brics, responsáveis por cerca de 40% do PIB mundial, podem oferecer novos arranjos financeiros frente à pressão dos EUA. Além da pauta econômica, guerras na Ucrânia e Gaza e a preparação da COP30 em Belém também entram no radar.
Perspectivas para o Brics após o encontro
Especialistas avaliam que a reunião extraordinária, na qual Lula reúne o Brics, pode acelerar iniciativas de longo prazo, como a criação de uma cesta de moedas do bloco e maior cooperação política entre emergentes. Para o Brasil, isso significaria diversificar mercados, atrair investimentos de China, Índia e Arábia Saudita e reduzir dependência dos EUA. Segundo analistas, a cúpula presidida por Lula pode consolidar o bloco como voz coletiva do Sul Global.
Lula reúne Brics diante do desafio global
Lula reúne o Brics não apenas para reforçar discursos, mas para mostrar que os emergentes não aceitarão ser reféns das disputas comerciais de Trump. Se o bloco avançar em alternativas ao dólar e em mecanismos financeiros próprios, empresas brasileiras terão mais segurança para negociar fora do eixo Washington-Bruxelas. Caso contrário, a cúpula ficará restrita à retórica, enquanto o tarifaço seguirá pesando sobre exportações e investimentos nacionais.









