O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou neste domingo (21) para Nova York, onde fará o discurso de abertura da Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU) na terça-feira (23). A ida de Lula à ONU marca também sua primeira viagem aos Estados Unidos desde que Donald Trump iniciou o novo mandato, em um cenário de tensões bilaterais após a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
Recados a Trump e defesa da soberania será pauta de Lula na ONU
Nos bastidores do Itamaraty, a expectativa é que Lula utilize a visibilidade da Assembleia para reafirmar a soberania brasileira. O discurso deve trazer críticas às tarifas impostas por Trump, ainda que de forma indireta, e marcar posição contra interferências externas. Sem citar nominalmente os EUA, o presidente deve articular a defesa de decisões judiciais soberanas, em referência ao julgamento do STF sobre Bolsonaro.
Crise Brasil-EUA e risco de encontro direto
A tensão diplomática entre Brasília e Washington cresce desde a adoção do tarifaço. A retaliação americana foi interpretada como pressão política, mas também gera impacto direto sobre exportadores brasileiros. Além disso, há a possibilidade de Lula na ONU cruzar com Trump nos corredores da instituição, já que ambos discursarão na abertura do debate. A proximidade entre os dois líderes alimenta especulações sobre uma troca de mensagens públicas ou indiretas.
Democracia no centro dos debates em NY
Paralelamente à Assembleia, Brasil, Espanha, Chile, Colômbia e Uruguai promoverão um encontro em Nova York para discutir mecanismos de defesa da democracia frente ao avanço de extremismos. Diferente de 2024, os EUA não foram convidados para participar. O gesto reforça a tentativa de construir um bloco político independente da Casa Branca, num momento de disputas comerciais e tensões diplomáticas.
Novo equilíbrio internacional com Lula na ONU
O contexto diplomático mostra que a participação de Lula na ONU vai além do protocolo de abertura. A viagem expõe divergências entre Brasil e Estados Unidos, mas também projeta o país como voz ativa no debate global. Ao defender soberania e democracia, Lula busca reposicionar o Brasil em meio às disputas comerciais e políticas que envolvem Trump.