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Geração de caixa da MRV preocupa mercado e investidores

A geração de caixa da MRV no terceiro trimestre de 2025 foi abaixo do esperado, com atrasos de R$ 93 milhões em repasses de programas habitacionais regionais. Embora tenha havido uma geração ajustada de R$ 30 milhões, analistas do BTG e XP classificam os resultados como "fracos" e "ligeiramente negativos". O ambiente desafiador para o setor de incorporação, devido a juros altos e crédito habitacional lento, destaca a necessidade de alinhar lançamentos à capacidade de repasse. Veja como a MRV pode se recuperar e as expectativas para o fluxo de caixa no próximo trimestre.
Geração de caixa da MRV preocupa mercado e investidores
Geração de caixa da MRV preocupa mercado e investidores após prévia operacional do 3T25 mostrar queda e efeitos de atrasos regionais. (Imagem: Youtube Obra Smart Cidade MRV Pirituba)

A geração de caixa da MRV (MRVE3) preocupa o mercado e os investidores após a divulgação, nesta terça-feira (07/10), da prévia operacional do terceiro trimestre de 2025. A construtora reportou geração ajustada de R$ 30 milhões na divisão MRV Incorporação, valor bem abaixo do potencial de R$ 123 milhões estimado caso não houvesse atrasos de R$ 93 milhões em repasses de programas habitacionais regionais.

A divulgação dos números reforçou a leitura de que a geração de caixa da MRV segue pressionada. Analistas avaliam que o atraso nos repasses regionais elevou a incerteza sobre a liquidez da companhia e ampliou o desconforto entre investidores, que já observam queda nas vendas e nos lançamentos.

Leia Também: MRV e empresas parceiras condenadas a pagar comissão por venda de imóvel, decide STJ

Analistas do BTG e XP avaliam geração de caixa da MRV

Para o BTG Pactual, os números da MRV foram “fracos”. O banco destacou vendas e consumo de caixa abaixo do esperado nas operações do Brasil e dos Estados Unidos. Já a XP Investimentos classificou a prévia como “ligeiramente negativa”, citando lançamentos, vendas líquidas e repasses abaixo das projeções.

Segundo a XP, a geração de caixa da MRV no Brasil ficou próxima das expectativas. Contudo, a lentidão nos repasses dos programas habitacionais regionais ainda pesa sobre os resultados e mostra pouca melhora. Assim, o fluxo de caixa da MRV segue limitado por gargalos operacionais e por entraves na liberação de recursos públicos.

Vendas e lançamentos da MRV recuam com foco em liquidez

O Valor Geral de Vendas (VGV) somou R$ 2,44 bilhões, queda de 0,5% em relação ao 3T24 e de 8,9% frente ao trimestre anterior. Já o VGV de lançamentos atingiu R$ 2,35 bilhões, recuo de 9,4% na comparação anual e de 31,7% na base trimestral.

Esses números indicam que a MRV priorizou preservar a geração de caixa e manter liquidez. O cenário de juros altos e crédito habitacional mais lento reforça essa estratégia, especialmente nos empreendimentos voltados à habitação popular.

Contexto do setor e perspectivas para o caixa da MRV

O trimestre foi desafiador para o setor de incorporação. Outras construtoras, com foco em médio e alto padrão, tiveram desempenho superior, favorecidas por margens maiores e menor dependência de programas públicos. Já a MRV, mais exposta à base popular, continua vulnerável à volatilidade dos repasses regionais e à morosidade das liberações estaduais, fatores que afetam diretamente sua geração de caixa.

Os analistas projetam recuperação gradual na geração de caixa da MRV no quarto trimestre, caso ocorra a regularização dos repasses regionais. Entretanto, o ritmo de lançamentos e a velocidade de vendas continuarão determinantes para o desempenho das ações da compamhia.

Liquidez e crédito habitacional em foco

O resultado da geração de caixa da MRV no 3T25 evidencia a importância de alinhar lançamentos à capacidade de repasse dos programas regionais. Essa relação mostra também a necessidade de financiamento habitacional previsível, especialmente nas regiões mais afetadas pelos atrasos.

Se os repasses forem normalizados ainda em 2025, a MRV poderá encerrar o ano com fluxo de caixa positivo e margens estáveis. No entanto, o trimestre reforça que a dependência de recursos públicos aumenta os riscos de liquidez em um setor que busca equilíbrio entre expansão e rentabilidade.

No pregão na terça-feira, após a divulgação da prévia operacional, as ações da MRV (MRVE3) caíram 12,12%, fechando a R$ 6,31.

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