Nova aquisição do Goldman Sachs foi anunciada nesta segunda-feira (13/10). O banco comprará a Industry Ventures, sediada em São Francisco, com US$ 7 bilhões (R$ 38,29 bilhões) sob supervisão. O acordo foi avaliado em US$ 665 milhões (R$ 3,63 bilhões) e pode chegar a US$ 965 milhões (R$ 5,27 bilhões) se forem atingidas metas de desempenho até 2030.
A operação vai além dos números. Ela marca a entrada definitiva do banco no ecossistema global de inovação e inteligência artificial, abrindo portas para negócios de alto crescimento. Ao reposicionar sua base de investimentos, o Goldman quer capturar valor no ponto onde tecnologia, capital de risco e dados se encontram.
Nova aquisição do Goldman Sachs amplia presença em venture capital
A Industry Ventures é uma das gestoras mais antigas dos Estados Unidos em venture capital secundário, segmento que compra participações em startups já consolidadas. Com a aquisição, o Goldman ganha acesso direto ao Vale do Silício e a uma rede de mais de 1.000 empresas de tecnologia.
“Os relacionamentos confiáveis e a experiência em capital de risco da Industry Ventures complementam nossas franquias de investimento existentes e expandem as oportunidades para os clientes acessarem os setores de crescimento mais rápido do mundo”, afirmou David Solomon, CEO do banco.
Além disso, o negócio amplia a presença do Goldman Sachs em um mercado dominado por gestoras independentes. Assim, o banco passa a competir com players tradicionais de venture capital e a fortalecer sua reputação no ambiente tecnológico.
Confira no vídeo mais detalhes da operação da nova aquisição do Goldman Sachs:
Inteligência artificial no centro da estratégia
O banco administra hoje US$ 540 bilhões (R$ 2,95 trilhões) em investimentos alternativos. No entanto, ainda dependia de parceiros externos para chegar a startups e fundos de tecnologia. Com a nova aquisição, o Goldman passa a investir diretamente em empresas que desenvolvem inteligência artificial, energia inteligente e computação avançada.
Segundo Hans Swildens, CEO da Industry Ventures, “a combinação dos recursos globais do Goldman e a experiência da Industry Ventures posicionará a empresa para melhor atender empreendedores e investidores à medida que a inteligência artificial remodela os mercados”.
Essa integração ocorre em um momento em que o mercado de IA redefine modelos de negócio e acelera a competição global. Por isso, o banco busca transformar seu papel: de intermediário financeiro para protagonista da inovação.
No Brasil, o Itaú Unibanco seguiu caminho semelhante. Em junho, o banco incorporou a Kinea Ventures e criou uma estrutura de Corporate Venture Capital (CVC) com R$ 500 milhões. A iniciativa centralizou a governança dos investimentos em startups e aproximou a inovação do núcleo estratégico da instituição. Assim como a nova aquisição do Goldman Sachs, o objetivo é conectar o capital financeiro à geração de soluções tecnológicas e fortalecer a presença no ecossistema de inovação.
A aposta do Goldman Sachs na economia de inovação
A nova aquisição do Goldman Sachs também tem valor simbólico. O banco tenta recuperar espaço no Vale do Silício, onde perdeu protagonismo para gestoras como Sequoia e Andreessen Horowitz. A integração da Industry Ventures ao External Investing Group, que supervisiona US$ 450 bilhões (R$ 2,46 trilhões), cria uma ponte entre capital institucional e inovação privada.
Nesse cenário, analistas veem a operação como parte da mudança estrutural do banco. O Goldman substitui a intermediação tradicional por participação direta em ativos de crescimento. Em tempos de juros altos e margens reduzidas, essa estratégia oferece retorno potencialmente maior e reforça a reputação da marca.
Com a nova aquisição do Goldman Sachs, o banco não apenas busca ampliar seu portfólio, mas também visa assumir uma posição de liderança na economia digital. Assim, transforma a compra de uma gestora de médio porte em uma chave de entrada para o futuro da tecnologia global.