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Exploração de petróleo na Foz do Amazonas: Ibama concede aval à Petrobras

A licença concedida pelo Ibama para a exploração de petróleo na Foz do Amazonas coloca o governo sob forte pressão ambiental e diplomática. Enquanto o ministro Alexandre Silveira defende a Margem Equatorial como símbolo da soberania energética, ambientalistas denunciam “dupla sabotagem à COP30”. O impasse revela a dificuldade do Brasil em equilibrar política climática e produção de petróleo às vésperas da conferência em Belém.
vista aérea da Foz do Amazonas relacionada à exploração de petróleo na Foz do Amazonas
A licença do Ibama para a exploração de petróleo na Foz do Amazonas reacende o debate entre soberania energética e proteção ambiental às vésperas da COP30. (Imagem: PxHere)

Nesta segunda-feira (20/10), o Ibama concedeu licença à Petrobras para a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. A menos de um mês do início da COP30, a conferência mundial do clima que ocorrerá em Belém (PA) de 10/11 a 21/11, a nova concessão promete reacender um dos debates mais sensíveis da política ambiental brasileira.

A autorização permite que a Petrobras inicie a perfuração de um poço exploratório em águas profundas do bloco FZA-M-059. O sítio está localizado a cerca de 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas e 175 quilômetros da costa. A operação deve durar cinco meses e marca o ponto mais controverso da agenda energética do governo Lula.

Governo defende soberania energética na exploração de petróleo na Foz do Amazonas

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, celebrou a decisão, que representaria “o futuro da soberania energética”. Segundo ele, o Brasil “não pode abrir mão de conhecer seu potencial” e a exploração será conduzida com “total responsabilidade ambiental”. Assim, a licença para exploração de petróleo na Foz do Amazonas encerra um processo de mais de uma década, iniciado em 2014, e coloca a Petrobras em uma nova fronteira de prospecção.

No entanto, a reação dos setores ambientalistas foi imediata. O Observatório do Clima classificou a decisão como uma “dupla sabotagem à COP30 e ao clima”, alegando que o governo contraria compromissos globais ao apostar em nova expansão de combustíveis fósseis. De fato, o tema já vinha causando polêmica em 2025, como em relação ao leilão realizado em meados de junho para exploração de petróleo na Foz do Amazonas.

“O Brasil atua contra a humanidade ao estimular mais aquecimento global e enfraquece a própria COP30”, afirmou Suely Araújo, coordenadora da entidade. A conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) será o principal palco da política ambiental brasileira nos próximos meses.

Entre o petróleo e o clima: dilema brasileiro

No governo, as divergências quanto à exploração de petróleo na Foz do Amazonas são evidentes. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, vem defendendo um “caminho do meio”. A ministra argumenta que países ricos deveriam liderar a redução do uso de combustíveis fósseis.

Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sustenta que o país “ainda não pode abrir mão” do petróleo. Apesar disso, Lula promete uma exploração sustentável e dentro dos parâmetros climáticos internacionais.

O impasse expõe as tensões entre a transição energética e a política de soberania nacional. Enquanto a Petrobras busca novos campos para garantir produção futura, ambientalistas alertam que a decisão pode comprometer a imagem diplomática do Brasil em fóruns multilaterais. Às vésperas da COP30, a exploração de petróleo na Foz do Amazonas deixa de ser apenas um tema técnico e passa a simbolizar o dilema central da política climática brasileira.

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