A IA no Direito entra em uma nova fase de expansão global após a recente rodada de financiamento da startup americana Harvey, que captou US$ 150 milhões (R$ 802,50 milhões). Com isso, o investimento liderado pelo fundo Andreessen Horowitz (a16z) elevou o valor de mercado da companhia para US$ 8 bilhões (R$ 42,80 bilhões), o dobro do registrado na captação anterior. Assim, a operação da inteligncia artificial na advocacia consolidou a empresa entre as mais valiosas do setor de tecnologia jurídica, reforçando a corrida mundial por soluções de automação aplicada ao Direito.
Fundada em 2022, a Harvey é uma das startups americanas que mais têm atraído atenção no ecossistema de tecnologia jurídica. A empresa desenvolve ferramentas de inteligência artificial generativa voltadas à automação de tarefas jurídicas, como redação de contratos, revisão de documentos e análise de petições. O CEO e cofundador Winston Weinberg, ex-advogado do escritório O’Melveny & Myers, afirmou à CNBC que a companhia já registra receita anual recorrente superior a US$ 10 milhões (R$ 53,5 bilhões) e pretende triplicar o número de funcionários até fevereiro de 2025.
Inteligência artificial no Direito no Direito atrai fundos de peso
A nova rodada foi conduzida pela Andreessen Horowitz, um dos nomes mais influentes do Vale do Silício. O aporte contou também com a participação de investidores anteriores, como o OpenAI Startup Fund. A entrada de capital reforça o interesse dos fundos de venture capital em soluções de automação jurídica, um segmento que cresce rapidamente no setor corporativo.
Quer saber mais sobre o como funciona a automação jurídica? Assista ao vídeo abaixo:
Startups redefinem o trabalho jurídico com IA no Direito
Entre os principais clientes da Harvey estão o escritório internacional Allen & Overy e a consultoria PwC, que utilizam a plataforma em fluxos internos de compliance e revisão contratual. A proposta da empresa é oferecer um sistema que reduza o tempo gasto em tarefas manuais e aumente a precisão dos pareceres.
Especialistas do setor afirmam que a adoção de IA aplicada ao direito vem criando um novo modelo de prática jurídica, mais orientado por dados e eficiência. A tecnologia também desperta debate sobre os limites éticos do uso de algoritmos em decisões legais e sobre a responsabilidade das firmas que os utilizam.
Como usar a IA na advocacia?
A aplicação da IA na advocacia vem se tornando cada vez mais estratégica. Escritórios e departamentos jurídicos utilizam ferramentas de inteligência artificial para revisar contratos, cruzar precedentes, identificar riscos e acelerar a redação de petições. Esses sistemas, treinados em grandes bases de dados jurídicos, funcionam como assistentes técnicos que otimizam tarefas repetitivas e reduzem custos operacionais. Dessa forma, a automação libera profissionais para análises mais complexas, enquanto melhora a precisão e a produtividade em ambientes de alta demanda regulatória.
Avanço global das IAs no direito
O avanço da IA no Direito marca um ponto de inflexão no setor jurídico global. A tecnologia deixou de ser apenas uma ferramenta de apoio. Agora, ela influencia diretamente a tomada de decisão. O uso de sistemas baseados em aprendizado de máquina pode aumentar a produtividade e reduzir custos operacionais. Porém, também impõe desafios de transparência e responsabilidade sobre os algoritmos que interpretam normas e contratos.
Além do sucesso, investidores demonstram preocupação com uma possível bolha de investimentos em empresas de inteligência artificial. A startup Harvey, porém, atua de forma segmentada, concentrando suas soluções no setor jurídico.
Para especialistas, o verdadeiro teste dessas soluções não será o volume de investimento, mas sua capacidade de operar dentro de marcos éticos e regulatórios. Nesse cenário, empresas como a Harvey não apenas moldam um novo mercado, elas ajudam a definir até onde a automação pode ir sem comprometer a essência da interpretação jurídica.










