As eleições americanas de 2025, que ocorrem na quarta-feira (04/11), colocam a popularidade de Trump sob escrutínio, um ano após seu retorno à Casa Branca. Embora não envolvam cargos federais, os pleitos estaduais e locais em Virgínia, Nova Jérsei, Califórnia e Nova York tornaram-se o primeiro teste público da administração republicana. O resultado servirá como barômetro político antes das legislativas de 2026, quando estará em jogo o controle do Congresso.
Nos Estados Unidos, anos ímpares são conhecidos como off-year elections, disputas que ocorrem fora do ciclo presidencial. Em 2025, dois estados elegem governadores, Virgínia e Nova Jérsei. Ademais, diversas cidades escolhem prefeitos, como Nova York, além de votações sobre temas locais, como o redesenho de distritos eleitorais na Califórnia. Mesmo sem alterar a composição federal, esses resultados ajudam a medir o humor do eleitorado e o alcance real do apoio a Trump.
Eleições nos EUA serão termômetro para a popularidade de Trump
O presidente tem tratado o pleito como ensaio geral para 2026. Segundo fontes da Casa Branca entrevistadas pela CNN, Trump acompanha de perto o desempenho republicano. O presidente americano ordenou repasses de recursos a campanhas estaduais, priorizando Nova Jérsei, onde endossou o candidato Jack Ciattarelli.
Na Virgínia, o cenário é mais adverso. A candidata republicana Winsome Earle-Sears enfrenta desvantagem nas pesquisas frente à democrata Abigail Spanberger, e a crise causada pelo shutdown governamental prejudica a imagem do governo entre servidores públicos e militares. Ainda assim, Trump participou virtualmente de comícios e teleconferências para estimular a base conservadora e manter viva a narrativa de que o país “está voltando a ser republicano”.
Democratas se mobilizam diante de polarização
Do outro lado, Barack Obama percorre os mesmos estados mobilizando eleitores democratas. Para o partido democrata, a disputa é oportunidade de medir o desgaste do governo e repetir o roteiro de 2017, quando vitórias locais antecederam a retomada da Câmara dos Deputados no ano seguinte.
Além disso, as urnas também devem refletir a crescente polarização do eleitorado americano. Afinal, mesmo parte do eleitorado republicano demonstra cansaço com a constante personalização da política promovida pelo atual presidente. Já democratas veem o pleito como voto de resistência contra as políticas de Trump, com foco principal nas eleições municipais de Nova York.
Eleitorado indicará expectativas para 2026
Os resultados estaduais devem indicar se a popularidade de Trump ainda é capaz de mobilizar o eleitor médio ou se começa a dar sinais de fadiga. Para cientistas políticos americanos, a combinação de redefinição dos distritos eleitorais de forma agressiva e campanhas altamente personalizadas poderá ampliar a polarização antes das midterms.
Para o Brasil, graças à recente aprovação do fim das tarifas de Trump, pouco deve mudar mesmo com o resultado das eleições. A leitura mais provável é que os pleitos de 2025 revelem não apenas quem vence, mas como os Estados Unidos devem lidar com um ciclo político centrado na figura de um presidente controverso de 2026 em diante.

								
											








