A guerra pela Metsera ganhou força nesta quarta-feira (04/11), quando a Novo Nordisk elevou sua proposta de aquisição da startup de medicamentos para emagrecimento para US$ 10 bilhões, superando a oferta de US$ 8,1 bilhões apresentada pela Pfizer. A corrida pelo controle da desenvolvedora de terapias metabólicas acirra o confronto mais intenso entre farmacêuticas globais nos últimos anos. O mercado de medicamentos contra obesidade é avaliado em US$ 150 bilhões anuais até o início da próxima década.
O embate começou em setembro, quando a Pfizer firmou um acordo de fusão com a Metsera. No fim de outubro, a Novo Nordisk lançou uma proposta não solicitada, abrindo uma disputa pela Metsera e desafiando o contrato original. O caso evoluiu para uma batalha judicial, com acusações mútuas e tentativa da Pfizer de impedir o avanço da rival dinamarquesa.
Pfizer tenta bloquear a venda em disputa pela Metsera
A Pfizer moveu duas ações no Tribunal de Delaware, alegando quebra de contrato e conspiração antitruste. O CEO Albert Bourla classificou a iniciativa da concorrente como “o epítome do conflito antitruste”. A Novo Nordisk negou qualquer violação e afirmou seguir todas as restrições previstas no acordo de fusão, enquanto a Metsera sustentou que o tribunal não deve interferir e que a concorrência de ofertas mostra a legitimidade do processo.
O desfecho jurídico será determinante. A Pfizer tem prazo até quarta-feira (05/11) para igualar a oferta rival. Analistas apontam que a companhia busca a aquisição da Metsera para se firmar no mercado de obesidade, após tentativas frustradas em pesquisas internas. A Novo Nordisk, por outro lado, tenta recuperar terreno frente à Eli Lilly, cuja droga Zepbound superou em vendas o Wegovy, carro-chefe dinamarquês. Entre as negociações feitas neste ano, a Novo Nordisk fechou acordo com a Septerna para criação de novos tratamentos farmacêuticos para obesidade.
Em meio à guerra corporativa pela Metsera, a Pfizer divulgou resultados acima das projeções. O lucro ajustado do 3º trimestre de 2025 atingiu US$ 0,87 por ação, superando em US$ 0,24 as estimativas. A receita caiu 6%, para US$ 16,65 bilhões, mas ficou ligeiramente acima do consenso de mercado. A companhia também revisou seu lucro anual para US$ 3,00–3,15 por ação, refletindo melhora nas margens operacionais.
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Novo capítulo da corrida farmacêutica
A guerra pela Metsera tornou-se símbolo da nova fase da indústria farmacêutica global. A disputa não é apenas pelo controle acionário, mas pelo domínio tecnológico sobre as terapias baseadas em GLP-1, que estão redefinindo o tratamento da obesidade.
Para analistas de mercado, portanto, a vitória na batalha pela Metsera pode consolidar a liderança de uma das empresas no segmento que deve impulsionar a indústria na próxima década. Caso prevaleça, a Pfizer reentrará com força num dos setores mais lucrativos da biotecnologia moderna, enquanto a Novo Nordisk tenta preservar a posição que a tornou referência global em medicamentos para emagrecimento.
