O resultado do GPA no terceiro trimestre (3T25), divulgado nesta terça-feira (04/11), mostra que o grupo controlador do Pão de Açúcar registrou lucro líquido de R$ 137 milhões, em linha com o esperado, mas o Ebitda ajustado, de R$ 412 milhões, veio abaixo da estimativa de R$ 439 milhões apontada por analistas. Apesar do avanço de 3,4% sobre o mesmo trimestre de 2024, o número indica que a empresa enfrenta limitações para recompor margens em meio ao ambiente competitivo do varejo alimentar.
A receita líquida totalizou R$ 4,56 bilhões, alta de 1,4%, enquanto a margem bruta ficou em 27,6%, ligeiramente inferior ao mesmo período de 2024. Já a margem Ebitda ajustada, de 9,1%, apresentou leve aumento de 0,2 ponto percentual. Segundo o GPA, o desempenho no 3T25 reflete estabilidade operacional e continuidade do plano de simplificação do negócio, mesmo sob pressão de custos e desaceleração do consumo.
GPA no 3T25: E-commerce sustentam resultados financeiros
Mesmo com o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda) abaixo do consenso de mercado, o GPA no terceiro trimestre de 2025 reforçou seu bom desempenho nas vendas em mesmas lojas (SSS), com crescimento de 4,1% no trimestre. A companhia destacou ainda a liderança no e-commerce de varejo alimentar, um segmento em ascensão, como contribuidor para conter o impacto da concorrência.
De acordo com analistas do setor, a estratégia digital do grupo tem sido crucial para preservar margens e reter consumidores em categorias premium. Especialmente no pós-pandemia, quando o comportamento de compra se tornou mais seletivo.
Como o GPA se posiciona no varejo e na digitalização do consumo
Fundado em 1948, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) é uma das maiores companhias de varejo alimentar do Brasil, com atuação em diversos formatos e canais. A empresa controla as bandeiras Pão de Açúcar, Minuto Pão de Açúcar e Extra Mercado, além de operar plataformas digitais voltadas ao comércio eletrônico de alimentos.
Desde sua reestruturação societária, o GPA (PCAR3) vem priorizando a eficiência operacional e a digitalização dos canais de venda, buscando fortalecer a rentabilidade em um cenário de competição intensa no setor supermercadista. Trabalho refletido noatual resultado do GPA para o terceiro trimestre 3T25.
Estratégia e eficiência no foco do GPA
Em mensagem aos investidores, o diretor-presidente Rafael Russowsky afirmou que a companhia “segue firme na execução de um plano centrado na simplificação do negócio e no aumento da produtividade em todas as frentes”.
A prioridade, segundo ele, é a eficiência operacional e o ganho de rentabilidade, mais do que a expansão de lojas.
Essa estratégia já aparece no resultado do GPA no 3T25: o Capex (investimentos de capital) foi de R$ 146 milhões. Trata-se de uma queda de R$ 36 milhões frente ao mesmo período do ano anterior e de R$ 13 milhões em relação ao trimestre anterior.
A redução, inclusive, é atribuída à racionalização de investimentos em tecnologia. Além disso, outros motivos são a pausa em reformas da bandeira Pão de Açúcar e a descontinuação de planos de expansão física.
O cenário do varejo alimentar
O mercado supermercadista brasileiro segue enfrentando pressão sobre custos operacionais, impulsionada pela inflação de serviços e energia. Diante disso, as redes de grande porte têm optado por ganhos de eficiência e otimização de capital, em vez de acelerar aberturas de novas lojas.
O foco atual do GPA está em produtividade e tecnologia, buscando proteger margens e consolidar rentabilidade.
Após resultado do GPA no terceiro trimestre, perspectivas seguem positivas
Embora o resultado do GPA no terceiro trimestre de 2025 tenha frustrado parte das expectativas quanto ao Ebitda, o lucro positivo reforça uma trajetória de recuperação gradual. Analistas avaliam que, se mantido o ritmo de eficiência e digitalização, o grupo poderá consolidar ganhos operacionais nos próximos trimestres. Portanto, mesmo em um cenário macroeconômico de consumo moderado e juros ainda elevados, apostar na digitalização traz benefícios.










