As demissões em massa nos EUA cresceram 175% em outubro, alcançando 153 mil cortes anunciados, segundo relatório da Challenger, Gray & Christmas divulgado nesta quinta-feria (06/11). O número é o mais alto para o mês em mais de duas décadas e reflete o avanço da inteligência artificial (IA) e a desaceleração dos gastos de consumidores e empresas.
De janeiro a outubro, os anúncios de cortes de empregos nos EUA ultrapassaram 1,09 milhão, aumento de 65% ante o mesmo período de 2024. A consultoria afirma que o mercado de trabalho americano se ajusta após o boom da era da pandemia, enquanto companhias buscam eficiência com automação e contenção de custos para conter o avanço do desemprego nos EUA.
“Alguns setores estão corrigindo excessos de contratações da pandemia, mas a adoção de IA e a alta de custos estão forçando novos ajustes”, destaca o relatório.
Demissões em massa nos EUA refletem reestruturações tecnológicas e busca por eficiência
Empresas como Amazon e Target lideram cortes de empregos nos EUA,, reestruturando áreas de atendimento e logística. A automação substitui tarefas repetitivas e reduz funções intermediárias, especialmente em tecnologia e varejo. Ademais, analistas preveem que a substituição tecnológica continuará acelerando em 2025, com a IA generativa alcançando cargos administrativos e criativos.
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O mercado de trabalho americano passa por uma normalização após anos de expansão impulsionada por estímulos públicos. A desaceleração do consumo e o aumento dos custos operacionais obrigam companhias a equilibrar produtividade e folha de pagamento, enquanto os cortes de empregos nos EUA seguem em ritmo elevado. Além disso, especialistas afirmam que parte das demissões será diluída nos próximos trimestres, mas o ajuste nas contratações tende a continuar.
Falta de dados oficiais desafia o Federal Reserve
A paralisação do governo dos Estados Unidos, a mais longa da história, suspendeu relatórios econômicos essenciais, como o levantamento de emprego do Departamento do Trabalho. Sem dados públicos, o Federal Reserve (FED) tem recorrido a informações privadas, como as da Challenger e da ADP, para medir o impacto das demissões em massa nos EUA.
Jerome Powell, presidente do FED, admitiu que os dados privados não substituem os oficiais e defendeu cautela nas decisões de política monetária. Desse modo, a ausência de informações confiáveis limita o diagnóstico da economia e pode adiar cortes de juros previstos para 2026, especialmente diante do avanço das demissões em massa nos EUA e do aumento do desemprego nos EUA.
Panorama futuro do emprego americano
O avanço da IA e a reestruturação das empresas indicam um novo ciclo de ajustes no mercado de trabalho dos EUA. Caso o desemprego cresça sem monitoramento preciso, o FED enfrentará dilema entre conter a inflação e preservar o emprego. As demissões em massa nos EUA, impulsionadas pela automação, consolidam uma transformação estrutural que redefine a fronteira entre eficiência produtiva e estabilidade social.










