O PIB dos Estados Unidos pode registrar queda no quarto trimestre de 2025 (4T25) caso a paralisação federal continue por mais algumas semanas. O alerta partiu da Casa Branca, que vê impacto direto da falta de controladores de tráfego aéreo nas viagens e no consumo durante o feriado de Ação de Graças; tradicionalmente o período de maior atividade econômica do ano.
Durante entrevista à CBS, o assessor econômico Kevin Hassett afirmou que o feriado de Ação de Graças é um dos motores do consumo americano, e sua paralisação pode comprometer o desempenho trimestral.
“Se as pessoas não estiverem viajando nesse momento, poderemos ter um trimestre negativo no quarto trimestre”, disse.
A declaração reforça o risco de desaceleração em meio à queda na mobilidade e à redução das compras em grandes centros urbanos americanos.
PIB dos Estados Unidos e impacto do feriado
Analistas veem a interrupção dos serviços públicos como um golpe no curto prazo para o crescimento econômico americano. A falta de controladores da Administração Federal de Aviação (FAA) já provoca atrasos em centenas de voos, reduzindo o fluxo turístico e as receitas de hotelaria e restaurantes. Esse efeito, somado à incerteza fiscal em Washington, aumenta o risco de o país registrar um trimestre de retração; o primeiro desde 2022.
Relatórios de bancos de investimento apontam que, se o impasse orçamentário não for resolvido até dezembro, a economia poderá perder até 0,4 ponto percentual no PIB dos Estados Unidos anualizado. O bloqueio parcial de gastos federais atinge áreas como transporte, segurança e infraestrutura, comprometendo também a arrecadação local e a confiança do investidor.
Assista a reportagem e saiba mais sobre a paralisação nos EUA:
Economia sente efeitos políticos
A paralisação ocorre em um momento de disputa entre Congresso e Executivo sobre o orçamento federal. O episódio reacende a lembrança do shutdown de 2019, que durou 35 dias e causou prejuízos estimados em US$ 11 bilhões. Agora, a Casa Branca tenta evitar que o impasse se prolongue e leve o país à chamada recessão técnica, com dois trimestres consecutivos de retração.
Economistas também alertam para um possível impacto sobre o mercado de trabalho americano, já que o congelamento de contratações federais e o atraso em pagamentos reduzem o poder de compra de milhares de famílias. A pressão política cresce à medida que o governo busca um acordo de curto prazo antes do fim de novembro.
Sinais de fraqueza na economia norte-americana
Embora ainda distante de uma recessão formal, a economia dos Estados Unidos mostra sinais de fraqueza em setores de consumo e serviços, o que, de fato, pode afetar o PIB dos Estados Unidos. A confiança do investidor caiu e os mercados financeiros já precificam o risco de desaceleração no início de 2026. Para evitar uma crise mais ampla, analistas defendem um pacto orçamentário imediato que destrave investimentos e impeça novas paralisações.
Se a negociação fracassar, o país poderá entrar em 2026 sob o peso de um crescimento negativo e inflação persistente. Portanto, um cenário que colocaria pressão inédita sobre Trump o governo em ano eleitoral.










