Conteúdo Patrocinado
Anúncio SST SESI

Produção de grãos no Brasil cai em 2026 com impacto do La Niña

A produção de grãos no Brasil enfrentará desafios significativos em 2026, com uma previsão de queda de 3,7% em relação ao recorde de 2025, influenciada pelo fenômeno La Niña. Culturas como milho e arroz devem apresentar reduções acentuadas, enquanto a soja tende a observar uma leve expansão. O contexto atual é marcado por incertezas climáticas e ajustes nas decisões de plantio, demandando uma atenção rigorosa dos produtores. Analise como esses elementos impactam o futuro da agricultura brasileira e quais estratégias podem ser implementadas para superar os desafios à frente.
Produção de grãos no Brasil durante colheita mecanizada em lavoura
Produção de grãos no Brasil: colheita mecanizada reforça eficiência no campo. (Imagem: Pexels)

A produção de grãos no Brasil iniciará 2026 em rota de ajuste, segundo projeção divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (13/11). O instituto estima 332,7 milhões de toneladas, queda de 3,7% sobre o recorde de 2025, quando a produção atingiu 345,6 milhões de toneladas. O movimento marca a transição de um ciclo excepcional para outro influenciado pelo clima e pela revisão das decisões de plantio.

O gerente de Agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes, explicou que 2025 contou com um ambiente climático amplamente favorável. Em suas palavras, “a gente teve recorde de produção para várias culturas”. Entretanto, ele destaca que 2026 começa com incertezas. O ano será marcado pelo La Niña, fenômeno que altera o padrão de chuvas, trazendo maior umidade ao Centro-Oeste e redução ao Sul, fator que tende a limitar a produtividade. Guedes reforça que “provavelmente, o clima não será assim tão favorável”.

Produção de grãos no Brasil: dados que moldam o cenário

A projeção do IBGE indica um cenário de ajuste nas principais culturas agrícolas, influenciado por clima menos favorável, incertezas de plantio e preços pressionados. Os recuos estimados para 2026 estão distribuídos da seguinte forma:

Principais quedas por cultura (estimativas IBGE):

  • Milho: −9,3% (−13,2 milhões t)
  • Sorgo: −11,6%
  • Arroz: −6,5%
  • Algodão: −4,8%
  • Trigo: −3,7%
  • Feijão: −1,3%
  • Amendoim: −2,1%

Fatores apontados pelo IBGE:

  • Incertezas na janela de plantio do milho, já que parte das lavouras de verão ainda está em desenvolvimento.
  • Preços mais baixos de arroz, feijão e algodão, reduzindo margens e motivando cortes de área.
  • Expectativa de clima menos favorável sob influência da La Niña, com impactos diferenciados por região.

Por outro lado, a soja segue em rota de expansão. A cultura deve avançar 1,1%, alcançando 167,7 milhões de toneladas. Segundo o IBGE, a recuperação do Rio Grande do Sul, após perdas severas em 2025, deve contribuir para ganhos de produtividade, ainda que produtores do Centro-Oeste acompanhem com cautela o comportamento das chuvas.

Armazenagem e estrutura produtiva para produção de grãos no Brasil

A infraestrutura agrícola mantém trajetória de expansão, mesmo diante do recuo projetado no volume total da safra. Os indicadores mais recentes mostram avanço em área colhida e maior capacidade de armazenagem, fatores que reforçam o planejamento comercial do produtor.

Indicadores estruturais (IBGE):

  • Área colhida 2026: 81,5 milhões de hectares (+1,1%).
  • Capacidade total de armazenagem: 231,1 milhões de toneladas (+1,8% no semestre).

Distribuição da capacidade de armazenagem:

  • Silos: 123,2 milhões t (53,3%)
  • Armazéns graneleiros: 84,2 milhões t (36,4%)
  • Armazéns convencionais: 23,8 milhões t (10,3%)

Impacto para o produtor:

  • Expansão estrutural permite maior flexibilidade de venda.
  • Armazenagem fortalece a capacidade de segurar produto em períodos de preços baixos.
  • Melhora a eficiência da logística e da gestão de estoque no ciclo agrícola.

Panorama futuro da produção agrícola

O ambiente de 2026 tende a combinar ajustes climáticos, menor produtividade nas culturas mais sensíveis e aumento da área total. A Conab estima safra de 354,8 milhões de toneladas, enquanto o IBGE projeta valores menores, o que reforça a necessidade de acompanhamento contínuo do setor privado.

Em síntese, a produção de grãos no Brasil inicia o próximo ciclo sob influência direta do La Niña e da reorganização das culturas, abrindo espaço para um ano de maior seletividade nas decisões de investimento. Dados adicionais podem ser acompanhados nos relatórios oficiais do IBGE.

Confira nossos canais
Siga nas Redes Sociais
Notícias Relacionadas