A exposição contábil da Oncoclínicas&CO (ONCO3) é estimada em R$ 216 milhões, conforme anunciou o grupo nesta terça-feira (18/11), após o Banco Central decretar a liquidação do Banco Master. A determinação levou ao vencimento antecipado de R$ 433 milhões aplicados pela companhia em CDBs emitidos pela instituição. Como a empresa havia registrado provisão de R$ 217 milhões em setembro, o impacto líquido divulgado reflete a apuração decorrente do evento e não uma elevação recente da exposição.
A rede afirmou que o provisionamento foi realizado após o rebaixamento das notas de crédito do Master entre setembro e outubro, seguindo as normas contábeis aplicáveis. Além do mais, a companhia reforça que o ajuste antecipou o cenário de deterioração do emissor.
Estrutura financeira e a exposição contábil da Oncoclínicas
A liquidação extrajudicial do Master altera o planejamento financeiro de empresas que mantinham aplicações na instituição. No caso da Oncoclínicas, o vencimento antecipado dos CDBs reorganiza o ciclo de caixa e exige revisão das estratégias de alocação. Embora a provisão tenha reduzido parte da pressão no curto prazo, o episódio reacende discussões sobre gestão de risco, avaliação de crédito e políticas de caixa em ambientes de maior vigilância regulatória.
O cenário reforça a atenção ao comportamento de emissores bancários, cuja capacidade de honrar títulos influencia diretamente decisões de portfólio corporativo. Para investidores, a exposição contábil da Oncoclínicas amplia o debate sobre governança financeira e eventuais pontos de atenção no mercado de crédito privado.
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A relação da Oncoclínicas com o Banco Master
A relação entre a Oncoclínicas e o Master combina vínculos financeiros e societários acumulados ao longo dos últimos anos. O banco participou do aumento de capital da companhia por meio dos FIPs Tessália e Quíron, que chegaram a deter participação relevante nas ações ONCO3. Além disso, a empresa mantinha aplicações expressivas em CDBs emitidos pelo Master, que agora tiveram vencimento antecipado com a liquidação decretada pelo Banco Central.
Para mitigar efeitos do episódio, a administração informou que seguirá todas as medidas cabíveis, incluindo a formalização da opção de compra das cotas dos FIPs. Juntos, esses fundos representam valor aproximado de R$ 203 milhões com base no fechamento de ONCO3 na véspera. Portanto, tratando-se de uma alternativa de recomposição patrimonial dentro da estrutura societária existente.
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Avaliação ampliada da exposição financeira
Essa exposição financeira, vinculada a decisões de crédito anteriores, deve ganhar destaque nas análises de mercado nos próximos meses. O episódio da exposição contábil da Oncoclínicas ao Banco Master evidencia como a avaliação de risco permanece central para empresas listadas, sobretudo quando expostas a títulos que dependem da estabilidade dos emissores.
Em um ambiente de maior seletividade e monitoramento, a liquidação do Master tende a estimular revisões nas políticas de caixa. Além disso, deve aprofundar discussões sobre diversificação e governança financeira, influenciando o desenho das carteiras corporativas e a estratégia de alocação no setor.











