Conteúdo Patrocinado
Anúncio SST SESI

Prisão de Daniel Vorcaro é mantida após decisão da Justiça Federal

A Justiça Federal manteve a prisão de Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, após considerar que há risco para a ordem pública e econômica diante dos indícios de fraude apontados por PF, MPF e Banco Central. O empresário foi detido em 17/11 no Aeroporto de Guarulhos e segue sob custódia enquanto avança a apuração sobre operações que teriam movimentado R$ 12,2 bilhões por meio de estruturas contábeis irregulares.
Prisão de Daniel Vorcaro mantida pelo TRF1.
Decisão do TRF1 mantém prisão do controlador do Banco Master. (Foto: Reprodução)

A prisão de Daniel Vorcaro deverá ser mantida em determinação tomada nesta quinta-feira (20/11) pela desembargadora Solange Salgado da Silva do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). A desembargadora negou a liminar solicitada pela defesa do banqueiro para que ele respondesse ao processo em liberdade.

Além disso, a magistrada apontou que a custódia é necessária para assegurar “a ordem pública e econômica”. Isso em face dos indícios de que o grupo investigado permaneceria ativo, bem como da “sofisticação da fraude” e do elevado poder econômico do investigado.

Prisão de Daniel Vorcaro e detalhes da detenção

O empresário foi detido na última segunda-feira (17/11) no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), quando se preparava para embarcar para o exterior em um jato particular. A ação ocorreu horas antes da Operação Compliance Zero e antecedeu a liquidação extrajudicial do Banco Master, decretada pelo Banco Central no dia seguinte, terça-feira (18/11).

Esse contexto reforçou, segundo a PF, a avaliação de risco associada ao investigado, ponto posteriormente considerado pela Justiça ao manter a prisão de Daniel Vorcaro. O episódio se tornou um marco na escalada do caso, já que envolveu monitoramento operacional e atenção ampliada aos deslocamentos do banqueiro.

Leia também: Auditoria externa do BRB avança após afastamento, prisões e liquidação do Master

Fundamentos da decisão de prisão

A decisão aponta que, de acordo com o Banco Central (BC), a instituição liderada por Vorcaro teria criado uma “falsa narrativa” e entregue dados inverídicos à fiscalização, operando de forma obstrutiva.

Segundo os autos, o Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) identificaram que o Banco Master movimentou cerca de R$ 12,2 bilhões entre janeiro e maio de 2025. Tudo por meio de engenharia financeira para captar recursos irregularmente.

A defesa argumenta que, após a liquidação extrajudicial do banco em 18/11, iniciada pelo BC, Vorcaro não teria mais instrumentos para praticar os supostos ilícitos. Além disso, afirmam que a prisão preventiva torna-se desnecessária já que há residência fixa e laços familiares no país.

Prisão de Daniel Vorcaro — implicações para o setor bancário

O caso expõe falhas de governança e supervisão no sistema financeiro enquanto o BC intervinha e, posteriormente, liquidez automaticamente cessou com a liquidação do banco.
No cerne das acusações estão:

  • Emissão de CDBs com rendimento de até 40% acima da taxa de mercado, segundo os investigadores;
  • Venda de carteiras de crédito ao Banco de Brasília (BRB) para dar “sobrevida” à instituição antes de intervenção;
  • Utilização de empresa de fachada (Tirreno) para intermediar operações sem lastro real.
    Para o sistema bancário, o episódio reforça a necessidade de maior diligência no acompanhamento de ofertas de crédito e estruturação de carteiras fora do padrão regulatório.

Leia também: Presidente do BRB afastado após prisão de Daniel Vorcaro do Banco Master

Análise e cenários futuros da manutenção da custódia

Com a prisão de Daniel Vorcaro mantida, abre-se uma janela para que as autoridades aprofundem o exame sobre as fronteiras da responsabilização de controladores, administradores e instituições financeiras.
O episódio pode desencadear três pontos de pressão:

  1. Maior ceticismo de investidores em bancos de menor porte;
  2. Pressão sobre o BC para endurecer requisitos de capitalização, transparência e estrutura de risco;
  3. Potencial impacto sobre crédito voltado ao varejo e ao segmento digital, caso ocorra recessão de confiança.

Em síntese, a salvaguarda da custódia de Vorcaro envia sinal claro ao mercado de que o arcabouço regulatório está apto a agir quando há indícios de fraude. Portanto, constitui um alerta para bancos sobre a necessidade de governança robusta e compliance ativo.

Confira nossos canais
Siga nas Redes Sociais
Notícias Relacionadas