O plano de paz dos Estados Unidos (EUA) para Ucrânia, aprovado pelo presidente Donald Trump, surgiu como uma tentativa de frear a guerra, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (19/11) por diversos meios de comunicação. No entanto, esse plano trouxe exigências que reacenderam tensões diplomáticas. A proposta foi articulada por interlocutores ligados a Washington e Moscou, e inclui cortes profundos nas forças ucranianas e mudanças sensíveis na fronteira atual. Essa iniciativa aparece enquanto ataques russos continuam e as discussões internacionais seguem travadas.
A iniciativa diplomática dos EUA para a Ucrânia ganhou forma em um documento de 28 pontos, elaborado por Kirill Dmitriev e Steve Witkoff após encontros recentes. O material descreve um cessar-fogo baseado na linha de frente atual, mantendo as tropas russas no controle de áreas ocupadas no leste. Agências internacionais relataram que o texto exige a cessão de territórios anexados desde 2014 e a limitação de armas enviadas por Washington, o que reduz a capacidade militar de Kiev.
A preparação do documento ocorreu sem consulta prévia ao governo ucraniano. Segundo fontes citadas por AFP, Reuters e Financial Times, a administração americana teria pressionado Kiev a considerar os termos. Essa proposta americana de paz para a Ucrânia estabelece ainda a redução do Exército para 400 mil soldados e a eliminação de armas de longo alcance, fatores que ampliam o debate sobre soberania nacional.
Aliados rejeitam o plano de paz dos EUA para Ucrânia
Nesta quinta-feira (20/11), a divulgação do documento estimulou reações entre apoiadores de Kiev, que rejeitaram a proposta por considerá-la alinhada às exigências russas. Além disso, relatos publicados por diferentes agências indicam que parceiros europeus classificaram o texto como incompatível com uma paz duradoura, já que exige concessões territoriais e limita a defesa ucraniana. Essa avaliação adiciona pressão ao debate diplomático e reforça a dificuldade de avançar em um consenso.
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Resistência de Kiev e escalada de ataques
A posição de Kiev permaneceu firme. Volodymyr Zelenskyy afirmou que “não pode haver recompensa por travar uma guerra” e reforçou que o país não aceita acordos que preservem ganhos territoriais de Moscou. Enquanto isso, o Kremlin mantém sua postura e defende o reconhecimento formal das regiões anexadas, ampliando o impasse nas negociações e bloqueando avanços em um possível cessar-fogo.
A pressão internacional se intensificou após ataques russos devastarem Ternopil. O episódio provocou dezenas de mortes e reacendeu pedidos por mais sistemas de defesa. Nesse ambiente, o secretário do Exército dos EUA, Daniel Driscoll, viajou a Kiev para discutir saídas possíveis. Ao mesmo tempo, Zelenskyy se reuniu com Recep Tayyip Erdoğan para tentar elevar o diálogo bilateral. O encontro buscou apoio para uma paz que seja considerada justa pelo governo ucraniano.
Acordos paralelos e proposta americana
O Plano de paz dos EUA para encerrar a guerra chega em um cenário de fragilidade no campo e desgaste político global. Embora a proposta provoque debates sobre viabilidade, analistas apontam que a continuidade dos ataques russos, aliada às exigências de Moscou, limita soluções rápidas.
O avanço do inverno, somado ao impacto na infraestrutura energética, mantém a pressão sobre Kiev. Logo, esse conjunto faz do plano de paz dos EUA para Ucrânia um ponto central na discussão sobre os próximos passos do conflito.











