O Grupo Pão de Açúcar (GPA) anunciou que negocia participação na financeira FIC, mantendo conversas com os demais acionistas da financeira esta semana. Em comunicado, a companhia afirmou que as discussões seguem em curso, embora não exista qualquer acordo vinculante até agora. A sinalização ocorreu após o Itaú Unibanco apresentar uma oferta próxima de R$ 300 milhões para comprar a fatia do varejista na instituição.
A atualização do GPA reduz especulações e esclarece que, até o momento, não há compromisso formal sobre valores, prazos ou estrutura da eventual operação. Apesar disso, interlocutores do setor avaliam que o tema ganhou tração porque a negociação envolve um ativo estratégico para o varejo e para o sistema financeiro.
GPA negocia participação na FIC – posição da instituição no varejo
A Financeira Itaú CBD S.A. Crédito, Financiamento e Investimento, FIC, nasceu quando GPA, Casas Bahia e Assaí integravam o mesmo conglomerado e buscavam uma plataforma única para cartões, crédito ao consumo e serviços financeiros de alta recorrência. A instituição oferece soluções como:
- Limites rotativos;
- Parcelamentos;
- E produtos integrados às operações digitais e físicas das redes varejistas.
O eventual avanço na negociação da participação na FIC concentraria decisões entre Itaú, Casas Bahia e Assaí, o que, segundo analistas, tende a simplificar processos internos. Para o banco, a expansão dentro da financeira reforça a presença no crédito direto ao consumidor. Segmento que, inclusive, exige escala, tecnologia e capacidade de analisar grandes volumes de dados transacionais.
Saiba mais sobre o crédito direto ao consumidor no vídeo:
Como a FIC opera hoje
A FIC funciona com sistemas conectados ao varejo, permitindo avaliação de risco em tempo real, concessão rápida de crédito e ofertas personalizadas ao perfil de consumo de cada cliente. A estrutura combina informações de compras em loja, comportamento digital e histórico de pagamentos. Tudo, criando um ambiente favorável para produtos de cartões de crédito, financiamento no ponto de venda e serviços que fortalecem o relacionamento das redes com o público.
Caso a tratativa, em que o GPA negocia participação na FIC, avance para um acordo, a entrada do Itaú como acionista majoritário alteraria prioridades de desenvolvimento tecnológico. E além disso, influenciaria políticas de limite e desenho dos produtos comerciais.
Essa tratativa do GPA na FIC também se encaixa em um movimento mais amplo no mercado. Portanto, um momento em que bancos e varejistas disputam protagonismo no crédito de uso cotidiano.
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Pressões de mercado em torno da venda da fatia na FIC
Com a venda da fatia na FIC, o setor vive uma fase de reorganização marcada pela busca de plataformas mais integradas e eficientes em financiamento ao varejo. A combinação entre base ampla de clientes, ferramentas digitais e concessão instantânea aumentou a competição entre bancos interessados em segmentos com grande circulação diária.
Por isso, a evolução do possível processo em que o GPA negocia participação na FIC para o Itaú será acompanhada de perto. Afinal, uma nova configuração societária pode redefinir preços, limites, produtos e o papel da financeira dentro do ecossistema das varejistas.











