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Setor de pescados segue fora das isenções tarifárias dos EUA

O setor de pescados brasileiro ficou fora das novas isenções tarifárias anunciadas pelos Estados Unidos, mantendo a cobrança extra de 40% sobre as exportações, enquanto diversos produtos agrícolas foram beneficiados. A Abipesca manifestou frustração e afirma que a tarifa reduz competitividade e amplia incertezas logísticas, especialmente diante de concorrentes como Canadá e Chile, que operam com vantagens decorrentes de acordos comerciais que reduzem custos de entrada no mercado americano.
setor de pescados afetado por tarifas dos EUA
O setor de pescados brasileiro segue tarifado pelos EUA apesar das novas isenções concedidas a produtos agrícolas. (Foto: Reprodução)

O setor de pescados brasileiro permaneceu excluído das isenções anunciadas pelos Estados Unidos nesta quinta-feira (20/11), mantendo a tarifa adicional de 40% aplicada às exportações. Embora o governo americano tenha ampliado a lista de produtos agrícolas beneficiados, a decisão não contemplou a indústria de pescado, que vinha acompanhando as tratativas desde a criação da cobrança no mês anterior.

A medida, informada por Donald Trump, tem efeito retroativo a 13/11, às 12h01 (horário de Nova York) e alivia custos para diversas áreas do agronegócio. Sobre a decisão, a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca) reagiu imediatamente, com o presidente, Eduardo Lobo, afirmando em nota que:

“Estamos obviamente felizes pelos setores que avançaram, mas frustrados por não vermos evolução e priorização do pescado pelo governo brasileiro”.

Setor de pescados e a pressão por avanços diplomáticos

Dentro desse cenário, representantes do setor de pescados afirmam que a tarifa de 40% eleva custos de exportação e reduz a capacidade de disputar espaço com importadores dos Estados Unidos. A pressão aumentou depois que Washington retirou a taxa recíproca sobre produtos, evidenciando que diferentes cadeias brasileiras avançam em ritmos distintos nas negociações bilaterais.

Além disso, empresas da indústria de pescado relatam que permanecer fora da lista de isenções gera um nível maior de imprevisibilidade comercial, principalmente para itens de maior valor agregado que dependem de contratos estáveis. Portanto, a permanência da tarifa também favoreceria concorrentes internacionais, como Canadá e Chile, que operam sem cobranças adicionais e conseguem firmar acordos de longo prazo com maior facilidade.

Tarifas e efeitos diretos na indústria brasileira

A continuidade da cobrança leva parte da indústria a revisar contratos e adiar projetos. O setor pescados já reporta custos crescentes e necessidade de renegociar prazos com compradores. Essa combinação tende a pressionar o governo brasileiro por novas rodadas de discussão comercial, especialmente em temas vinculados ao equilíbrio tarifário e à permanência do Brasil em mercados estratégicos.

Até o presente momento, o setor agrícola foi o foco da retirada de tarifas, com especial atenção a produtos como:

  • Carne bovina;
  • Café;
  • Cacau;
  • Açaí;
  • Banana;
  • Tomate.

Além disso, mais de 200 produtos foram adicionados à lista. A esperança, contudo, é que mais setores sejam contemplados com retirada tarifária, incluindo o setor de pescados.

Saiba mais: EUA derrubam tarifa de 40% e reabrem mercado para produtos do Brasil

Ambiente internacional do pescado brasileiro

O segmento de pescado entra em um ciclo de maior competição, já que países com acordos tarifários preferenciais seguem ampliando presença nos EUA. Para evitar perda de espaço, o Brasil terá de reforçar frentes diplomáticas e estudar alternativas regionais que reduzam a dependência de um único mercado.

Esse cenário indica que a política tarifária continuará central em decisões de investimento e orientação estratégica das empresas brasileiras ligadas ao comércio internacional.

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