Apesar da situação econômica volátil, a aviação civil no Brasil bate novo recorde este ano e totalizou 106,8 milhões de passageiros entre janeiro e outubro. A informação dados levantados pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) com base na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Segundo o MPor, o volume ultrapassou a marca de 100 milhões registrada apenas em novembro de 2024, representando alta de 9,5% no comparativo anual e reforçando a retomada do setor, apoiado pela expansão da oferta e pela demanda mais aquecida ao longo do ano.
Além disso, o balanço do MPor indica que a melhora operacional dos terminais ajudou a sustentar o ritmo mais intenso, além da ampliação de rotas e de ganhos de eficiência. Esse ambiente favoreceu o setor aéreo brasileiro, que ampliou o uso de aeroportos regionais e absorveu parte da procura crescente.
Aviação civil no Brasil e sua expansão contínua
O mercado da aviação civil no Brasil encerrou outubro com 9 milhões de passageiros, melhor resultado da série histórica para o mês e oitavo avanço consecutivo desde março. Para autoridades do MPor, o desempenho combina atividade econômica mais firme com ajustes logísticos que permitiram maior previsibilidade operacional ao longo de 2025.
No tráfego internacional, outubro registrou 2,3 milhões de passageiros, alta de 9,3% ante 2024. No acumulado dos dez primeiros meses, 23,5 milhões de viajantes entraram ou saíram do país por via aérea. Os números refletem expansão da oferta na aviação comercial brasileira. E, além disso, demonstram o reposicionamento de rotas, ainda concentradas em grandes hubs do sistema nacional.
Nos dados consolidados até outubro, a distribuição do tráfego evidencia forte concentração em terminais de maior porte, com destaque para Guarulhos, que segue como principal porta de entrada e saída do país. Para a aviação civil no Brasil, os aeroportos com maior circulação no período foram:
- Guarulhos: 38,2 milhões
- Congonhas: 19,7 milhões
- Galeão: 14,2 milhões
- Brasília: 13,4 milhões
- Confins: 10,7 milhões
- Campinas: 10,6 milhões
- Recife: 8 milhões
- Salvador: 6,4 milhões
- Porto Alegre: 5,8 milhões
- Santos Dumont: 4,9 milhões
Desafios estruturais do setor
O aumento da procura reforçou a pressão sobre os grandes terminais, que já operam próximos ao limite da capacidade, segundo avaliação do setor de transporte aéreo brasileiro. A combinação entre fluxo crescente e concentração das operações exige modernização de pistas, ampliação de pátios e ajustes no custo operacional das companhias. O MPor afirma que a regionalização da malha continua sendo uma prioridade para reduzir a sobrecarga sobre os principais hubs.
Além disso, aeroportos de porte médio vêm ganhando relevância na redistribuição do tráfego, favorecendo conexões mais eficientes e maior equilíbrio entre regiões. Ainda assim, a malha nacional permanece fortemente dependente de centros como Guarulhos, Congonhas e Brasília para absorver o crescimento da aviação civil no Brasil.
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Perspectivas para o setor de aéreo no Brasil
Por fim, se espera que o setor de transporte aéreo brasileiro entre no último bimestre com expectativa de fluxo elevado. O comportamento da demanda ao longo do ano tende a antecipar debates sobre ampliação de capacidade, revisão de tarifas aeroportuárias e aceleração de investimentos estruturais.
Com essa dinâmica, a aviação civil no Brasil reforça estratégia do MPor de expansão prevista para 2026, especialmente se os terminais conseguirem acompanhar o ritmo de crescimento observado em 2025.











