As ações da Novo Nordisk recuaram 12,4% nesta segunda-feira (24/11), depois que a companhia confirmou que a formulação oral da semaglutida, molécula presente nos produtos conhecidos comercialmente como Ozempic e Wegovy, não apresentou efeito clínico mensurável na progressão do Alzheimer.
A farmacêutica dinamarquesa encerrou a extensão prevista dos estudos, enquanto investidores reavaliaram o cenário competitivo que marca 2025.
Ações da Novo Nordisk e leitura do mercado
Os ensaios clínicos acompanharam mais de 3.500 pessoas com Alzheimer leve e buscavam medir redução modesta no declínio cognitivo. O Morgan Stanley, empresa de serviços financeiros, projetava possibilidade de até US$ 5 bilhões adicionais em receita anual caso a estratégia funcionasse, embora avaliasse 75% de probabilidade de insucesso.
Porém, o resultado fracassado levou à queda das ações da Novo Nordisk e impulsionou a valorização da empresa de biotecnologia americana, Biogen, que avançou 6,7% com o reposicionamento imediato dos portfólios globais.
O diretor científico Martin Holst Lange afirmou que a companhia tinha “responsabilidade por avaliar o potencial da semaglutida em novas indicações”. Além disso, destacou que alguns marcadores fisiológicos apresentaram melhora. Entretanto, o desempenho clínico não alcançou o limiar necessário para alterar o curso da doença.
Outros fatores que pesam no desempenho da Novo Nordisk
A queda de ações ocorre enquanto a disputa da Novo Nordisk no mercado de obesidade acelera. O Zepbound, da Eli Lilly, amplia presença e pressiona o desempenho da Novo Nordisk. Isso pois a farmacêutica agora enfrenta avaliações mais rígidas sobre a capacidade de diversificação do pipeline.
Especialistas indicam que os próximos meses tendem a concentrar novas leituras sobre estratégias de pesquisa, já que a volatilidade permanece elevada no setor.
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Panorama ampliado após queda de ações e próximos passos
O desfecho reacende debates sobre o alcance dos agonistas de GLP-1 e obriga o mercado a uma análise mais criteriosa das apostas científicas de alto risco. A depender da evolução dos programas clínicos, os papéis da Novo Nordisk podem acompanhar movimentos mais amplos do setor. Especialmente em áreas de neurodegeneração e obesidade.
Nesse contexto, as ações da Novo Nordisk seguem no centro das atenções do mercado, pois cada avanço regulatório, estudo complementar ou ajuste estratégico tem potencial de redefinir o ritmo da disputa entre as grandes farmacêuticas.











