As ações da Casas Bahia abriram o pregão desta quarta-feira (26/11) em forte queda, após a empresa convocar assembleias para discutir aumento de capital e renegociação de dívidas. No fim da manhã, os papéis recuavam mais de 12%, negociados a R$ 3,75, refletindo a preocupação com possíveis emissões e conversões de debêntures.
A reação veio na esteira do balanço do terceiro trimestre, que registrou prejuízo de R$ 496 milhões diante do peso das despesas financeiras. Segundo o vice-presidente financeiro, Elcio Ito, a companhia trabalha em frentes voltadas ao reforço da estrutura de capital, enquanto os resultados recentes da varejista na Bolsa haviam mostrado três sessões consecutivas de alta.
Ações da Casas Bahia e o plano de reperfilamento
A assembleia de debenturistas, marcada para 17/12, analisará a 10ª emissão, que soma cerca de R$ 3 bilhões. Nesse sentido, analistas do Banco Safra classificaram a proposta como “reperfilamento agressivo”, relacionando o plano à renegociação de condições e à possibilidade de conversão de dívidas em ações. O banco avalia que a medida tende a reduzir pressões financeiras, mas pode gerar diluição caso a conversão seja aprovada.
No mesmo dia, a empresa levará à Assembleia Geral Extraordinária (AGE) o pedido de aumento de capital autorizado de até R$ 13,25 bilhões. Trata-se de uma estratégia que visa ampliação da capacidade do conselho de estruturar emissões futuras. A leitura sobre esse ponto foi imediata entre investidores, já que operações desse tipo costumam influenciar o desempenho das ações da Casas Bahia em momentos de reestruturação.
Mercado relembra operações anteriores e amplia a cautela
Em agosto, a Mapa Capital converteu R$ 1,40 bilhão em debêntures da mesma emissão, tornando-se a maior acionista da companhia. Após o movimento, fontes confirmaram que diversas assets procuraram a empresa para avaliar transações semelhantes, o que manteve o tema da diluição no radar do mercado.
Esse pano de fundo se soma ao ambiente desafiador do varejo, marcado por juros elevados e margens comprimidas. Em cenários assim, investidores reagem rapidamente a propostas que envolvem alterações relevantes no capital autorizado. E isso explica a pressão adicional sobre as ações da Casas Bahia ao longo da manhã.
Leitura ampliada do mercado sobre os ativos da companhia
O comportamento dos papéis indica que a trajetória dependerá do desfecho das assembleias e da execução do plano de reorganização financeira. Empresas alavancadas vêm adotando mecanismos semelhantes para reduzir endividamento, e o mercado tende a monitorar como a companhia equilibrará liquidez e diluição.
Portanto, as deliberações de dezembro devem orientar o ritmo dos papéis da Casas Bahia na Bolsa nos próximos trimestres.











