De acordo com a Sondagem da Indústria de novembro, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) sofreu novo recuo de 0,7 ponto, caindo para 89,1 pontos. Números divulgados pela sondagem mensal da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) nesta quarta-feira (26/11) aprofundam a perda de fôlego da atividade industrial e reforçam a leitura de que a avaliação presente se deteriorou, mesmo com leve melhora nas expectativas. Para o instituto, a pressão da demanda fraca continua a influenciar a percepção das empresas.
Essa leitura é reforçada pela queda do Índice de Situação Atual (ISA), que recuou para 89,6 pontos. Além disso, o relatório aponta que a demanda observada perdeu ritmo e que o nível de estoques subiu para 111,6 pontos, acima do desejado. Embora esse conjunto ajude a explicar o pessimismo momentâneo, o FGV IBRE avalia que parte das companhias começa a reavaliar seus planos à medida que projeta o início de 2026.
Sondagem da Indústria de novembro: principais números do mês
Os resultados da Sondagem da Indústria divulgada em novembro mostram um setor pressionado pela piora na avaliação presente, enquanto alguns componentes de expectativa voltam a reagir. A combinação de estoques elevados, demanda moderada e capacidade ociosa crescente ajuda a explicar o recuo da confiança no mês.
Principais dados da Sondagem da Indústria de novembro:
- ICI caiu 0,7 ponto, para 89,1 pontos.
- ISA recuou para 89,6 pontos, influenciado pela demanda mais fraca.
- Estoques subiram para 111,6 pontos, acima do nível ideal.
- O Índice de Expectativas (IE) avançou para 88,8 pontos, após cinco quedas consecutivas.
- Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (NUCI) caiu para 79,7%, ampliando a ociosidade no parque produtivo.
Os indicadores de novembro mostram um quadro dividido entre avaliação presente fraca e expectativas ligeiramente melhores. O componente de negócios em seis meses avançou para 88,7 pontos, enquanto o emprego previsto chegou a 93,4 pontos. Já a produção prevista subiu para 84,8 pontos, após sucessivas quedas.
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Sondagem da Indústria de novembro na leitura do FGV IBRE
O economista do FGV Ibre, Estéfano Pacini, avalia que o ambiente financeiro mais restritivo tem peso sobre o setor, apesar do mercado de trabalho manter dinamismo. Segundo ele:
“As empresas reportam elevado nível de estoques e piores avaliações sobre a demanda, o que amplia o pessimismo”.
O FGV IBRE também aponta que 13 dos 19 segmentos pesquisados registraram queda de confiança em novembro, sinal de que a deterioração está disseminada. Mesmo com a recuperação parcial das expectativas, o indicador mensal da indústria do instituto considera que a indústria permanece distante de uma retomada mais consistente.
Leitura adicional sobre o cenário industrial
Por fim, a Sondagem da Indústria lançada em novembro mostra que a trajetória da indústria segue condicionada à recomposição da demanda e ao alívio das condições financeiras, elementos essenciais para reduzir a ociosidade e acelerar novos pedidos. No contexto atual, marcado por juros elevados e estoques acima do ideal, analistas avaliam que a transição para 2026 tende a ser gradual.
Caso haja melhora no consumo doméstico e nos mercados externos, o setor pode reorganizar o ciclo produtivo e iniciar o próximo ano em posição mais favorável. Muito embora parta de uma base enfraquecida.
Acesse aqui a Sondagem da Indústria de novembro na íntegra.











