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Superávit comercial brasileiro recua em novembro com alta das importações

O superávit comercial brasileiro caiu em novembro devido ao avanço das importações e ao comportamento desigual entre setores, apesar dos recordes acumulados no ano.
Superávit comercial brasileiro com foco em exportações e contêineres no porto
Contêineres em terminal logístico ilustram a variação do superávit comercial brasileiro, influenciado pelo avanço das importações em novembro.

O superávit comercial brasileiro encerrou novembro em US$ 5,842 bilhões, abaixo do nível registrado no mesmo mês do ano passado, conforme informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgadas na quinta-feira (04/12). O desempenho reflete o avanço mais rápido das importações, que cresceram 7,4% no período, enquanto as exportações tiveram alta mais moderada. O resultado ficou perto da projeção de economistas consultados pela Reuters, que estimavam saldo positivo de US$ 5,7 bilhões.

A diferença entre o ritmo das vendas externas e o das compras internacionais ajuda a explicar o recuo do saldo comercial do país. As exportações somaram US$ 28,515 bilhões, impulsionadas por ganhos pontuais do agro, ao passo que as importações atingiram US$ 22,673 bilhões. A indústria de transformação deu o maior impulso na entrada de bens, com alta de 9,3%, reforçando pressão sobre o balanço mensal. Esse desequilíbrio reforça como o superávit comercial brasileiro vem enfrentando desafios no curto prazo.

Superávit comercial brasileiro e avanço das importações

No acumulado do ano, o país registra superávit de US$ 57,839 bilhões, com exportações de US$ 317,821 bilhões e importações de US$ 259,983 bilhões. Ambos os totais são os mais altos da série histórica iniciada em 1989. Ainda assim, a expansão mais intensa das compras externas reduz o ritmo de avanço observado nos meses anteriores, cenário que especialistas acompanham com atenção.

Dentro do perfil das exportações, o setor agropecuário apresentou o maior crescimento, com aumento de 25,8% em novembro. A indústria de transformação avançou 3,7%, enquanto a indústria extrativa registrou queda de 14%. Esse contraste explica parte da oscilação do balanço externo brasileiro, já que a menor oferta de minerais reduziu o impacto positivo dos demais segmentos.

Superávit comercial brasileiro e contrastes setoriais

O comércio por destino também apresentou variações relevantes. Os embarques para a China cresceram 41%, segundo o diretor de Estatísticas e Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão. Já os envios aos Estados Unidos diminuíram 28,1%, embora o recuo tenha sido menor que o observado em outubro. Ele avaliou que a recente suspensão de tarifas norte-americanas ainda não mostra efeitos claros.

Brandão mencionou que produtos como petróleo, carne e café formam um conjunto de situações distintas, o que dificulta antecipar tendências. O diretor disse que a retirada das tarifas sobre carne e café pode levar mais tempo para aparecer nos indicadores, pois as cadeias de comercialização respondem de forma gradual às mudanças.

Mudanças esperadas no fluxo comercial

A leitura do mercado é que o superávit comercial brasileiro pode continuar sujeito à combinação de demanda global instável, custos logísticos e ajustes na indústria doméstica. Como o MDIC atualiza dados mensalmente, analistas veem espaço para revisões conforme o comportamento das importações e o avanço das exportações para mercados estratégicos, reforçando a necessidade de acompanhamento constante.

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