O acesso aos chips de IA da Nvidia voltará ao mercado chinês após Donald Trump anunciar, na última segunda-feira (08/12), um acordo com Xi Jinping que autoriza a exportação das GPUs H200 para “clientes aprovados”. A liberação cria um realinhamento imediato na política tecnológica dos EUA e reabre um fluxo comercial que estava bloqueado pelas regras do governo anterior.
A mudança surge depois de dois anos de restrições impostas pelo ex-presidente americano Joe Biden, que havia limitado a venda de processadores avançados destinados ao treinamento de modelos de inteligência artificial. Conforme Trump declarou, a nova diretriz será aplicada também a fabricantes como AMD e Intel. Apesar disso, os chips mais sofisticados da Nvidia, como Blackwell e Rubin, permanecem exclusivos para uso doméstico nos Estados Unidos.
Chips de IA da Nvidia e o impacto industrial imediato
A decisão reacende um mercado avaliado em dezenas de bilhões de dólares. As GPUs H200, lançadas no segundo trimestre de 2024, estavam impedidas de circular na China devido ao seu potencial de aplicação em sistemas de defesa e infraestrutura crítica. A Nvidia celebrou a revogação parcial afirmando que “a medida permite competir, apoiando empregos e produção nacional”.
Mesmo com a liberação dos chips de IA da Nvidia, Washington aplicará uma tarifa de 25% sobre as vendas. Esse custo adicional, segundo analistas chineses, tende a pressionar margens em empresas locais. Embora a China volte a ter acesso, o fornecimento seguirá monitorado pelo Departamento de Comércio para evitar riscos de transferência de tecnologia sensível.
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Disputas políticas em Washington frente a venda dos processadores de IA da Nvidia
A reação no Congresso foi imediata. Parlamentares democratas classificaram a medida como “um erro econômico e de segurança nacional de grandes proporções”. Além disso, destacando que a reabertura do fornecimento pode fortalecer o aparato militar chinês. Já Alex Stapp, do Institute for Progress, avaliou que a decisão representa um “gol contra”, porque as H200 são seis vezes mais potentes que as H20. O último foi, anteriormente, o modelo de chip de IA da Nvidia mais poderoso disponível para venda na China.
Trump rebateu as críticas, argumentando que as restrições anteriores sobre comercialização de hardware de IA da Nvidia obrigavam empresas americanas a criar versões degradadas, o que teria travado inovação e reduzido competitividade. Para ele, a nova abordagem fortalece empregos e contribuintes, tese vista com reserva por congressistas que defendem contenção tecnológica.
Rota estratégica no setor de semicondutores
Esse reposicionamento da venda de chips de IA da Nvidia amplia o alcance comercial da empresa e recoloca a China em um patamar mais próximo das tecnologias usadas no treinamento de sistemas de IA generativa. Mesmo assim, especialistas afirmam que a medida não deve frear o avanço chinês na produção de semicondutores próprios. Ao contrário, deve acelerar esforços para reduzir dependência externa.
Ao mesmo tempo, o novo ambiente regulatório tende a influenciar preços globais, cadeias de suprimento e negociações bilaterais. Tudo isso enquanto o mercado aguarda os próximos passos do governo americano para garantir previsibilidade em um setor marcado por rivalidade tecnológica crescente.











