O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro avançou 0,18%, acima do ritmo observado um mês antes. A leitura mensal, divulgada nesta quarta-feira (10/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforça a influência de serviços e itens administrados, enquanto a queda persistente dos alimentos no domicílio evita um resultado mais intenso. A elevação também mantém o acumulado de 2025 em 3,92%, com 4,46% nos últimos 12 meses.
Além disso, a composição do índice mostra que energia elétrica e serviços de turismo reforçaram a pressão do período. Contudo, alimentos recuaram pelo sexto mês consecutivo, o que ajuda a limitar a força inflacionária em um cenário em que tarifas regionais mantêm impacto relevante.
IPCA de novembro e a pressão das tarifas
A leitura do mês mostra que as tarifas foram o principal vetor de pressão no IPCA de novembro. Isso ocorreu porque diversos reajustes autorizados às distribuidoras de energia foram incorporados pelo IBGE. Como esses valores representam o que as famílias de fato pagam, cada alteração tarifária se reflete diretamente no grupo Habitação.
Esses reajustes explicam por que a energia elétrica residencial teve alta nacional de 1,27% e ganhou peso no resultado. A seguir, os principais reajustes regionais registrados no mês:
Reajustes tarifários de energia elétrica incorporados ao IPCA:
- Goiânia: +13,02% — reajuste autorizado em 22/10.
- Brasília: +7,39% — também vigente desde 22/10.
- Porto Alegre: +2,39% — aplicado em 22/11.
- São Paulo: +0,70% — revisão tarifária de uma concessionária local.
Além da energia, outros subitens apresentaram forte variação e ajudaram a explicar o deslocamento do índice. Essas oscilações não formam um novo conjunto, mas compõem a estrutura final do IPCA de novembro:
Subitens relevantes que pressionaram ou aliviaram o IPCA:
- Passagens aéreas: +11,90% — maior impacto individual do mês.
- Energia elétrica residencial (média Brasil): +1,27% — impacto direto no grupo Habitação.
- Água e esgoto em Fortaleza: +7,80% — reajuste vigente desde 05/11.
- Gás encanado no Rio de Janeiro: –0,04% — redução tarifária aplicada em 01/11.
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IPCA de novembro aponta contraste entre alimentos e serviços
Enquanto itens administrados subiram, alimentos no domicílio seguiram trajetória de recuo. Essa divergência reduz parte da pressão exercida pelas tarifas e ajuda a estabilizar o índice, ainda que não elimine a influência dos serviços, que permanecem firmes na estrutura inflacionária.
O comportamento dos alimentos confirmou um padrão que se estende há meses. Entre os itens monitorados pelo IPCA, alguns recuos de novembro tiveram destaque:
- Tomate: –10,38%
- Leite longa vida: –4,98%
- Arroz: –2,86%
Por outro lado, algumas altas pontuais mostraram persistência, reforçando a composição variada da inflação alimentar:
- Óleo de soja: +2,95%
- Carnes: +1,05%
Leitura complementar sobre a dinâmica inflacionária
A configuração observada levantamento do IPCA de novembro aponta para uma combinação particular: alimentos recuam, enquanto tarifas e serviços mantêm pressão. Esse padrão, recorrente em diferentes regiões, amplia a heterogeneidade dos orçamentos e reforça o papel de itens administrados na formação de preços. À luz do atual ambiente de consumo urbano, os dados sugerem que as categorias mais sujeitas a reajustes regulatórios tendem a influenciar o índice de forma mais direta, sobretudo quando a demanda por serviços demonstra estabilidade.
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